Mercedes-Benz: CUT quer reunião com direção mundial
Trabalhadores na Mercedes e das fábricas de fornecedores em Juiz de Fora (Minas) fazem protesto hoje pela continuidade da produção da montadora na cidade. Eles também exigem discutir o assunto com a direção mundial para cobrar responsabilidade social da multinacional.
Pelo menos 1.600 metalúrgicos – vários em São Bernardo – estão com o emprego ameaçado porque a empresa decidiu não produzir mais o modelo Smart naquela planta.
“Quando cobro responsabilidade social da Mercedes, falo do retorno que ela precisa dar para o País diante dos benefícios fiscais e de infra-estrutura que recebeu para se instalar aqui”, afirmou Luiz Marinho, presidente da CUT, que pretende envolver neste processo representantes do governo e do legislativo mineiros, da prefeitura e do governo federal.
“Os poderes públicos estão diretamente interessados nesta questão pois são credores da empresa devido aos financiamentos que concederam”, completou Marinho.
Ociosidade
A capacidade de produção da Mercedes-Benz em Juiz de Fora é 70 mil veículos por ano, mas não alcança 10% deste potencial. Desde o segundo semestre de 2004, os trabalhadores fazem uma jornada de 20 horas semanais.
A desvalorização cambial promovida pelo governo FHC em 1999 foi um dos principais motivos para que as vendas do Classe A não decolassem, já que o valor do carro atinge 17 mil dólares (R$ 55 mil).
O pessoal de Juiz de Fora é o que trabalha mais – considerando a jornada de 44 horas – e ganha menos em relação a todos os demais companheiros na Mercedes em todo o mundo.
Seus salários são um terço dos pagos pela empresa em São Bernardo.
No ABC é R$ 3.500,00, em média, enquanto em Juiz de Fora é de apenas R$ 1.000,00.