Mercedes-Benz: Punida a chefia que desrespeitou a lei
Após a denúncia da Comissão de Fábrica e da cobrança dos trabalhadores, a direção da Mercedes-Benz puniu a chefia que, na semana retrasada, convocou para o serviço um companheiro na área de eixos que estava em férias.
Além de ser ilegal, a atitude da chefia foi na contramão de todo o processo de negociação que envolve, desde 2003, o Sindicato e a Comissão de Fábrica junto à empresa e que, em dois anos, conquistou a contratação de mais de 2.000 trabalhadores.
“Desde que a produção começou a subir, iniciamos uma negociação permanente com a Mercedes cada vez que ela pedia horas extras”, conta Walter Souza, da coordenação da Comissão de Fábrica. Através desse acompanhamento rigoroso sobre o Banco de Horas, a representação dos trabalhadores conseguiu provar para a empresa que a solução mais viável era a contratação. Até que no final de 2004 foi assinado um importante acordo que regulamenta uma série de pontos.
Desde janeiro, em reuniões semanais, a fábrica apresenta sua necessidade de trabalho no fim de semana. “De lá para cá não existe mais hora extra sem acordo prévio”, lembra Souza. “Por isso estranhamos a convocação do trabalhador em férias, mas a providência tomada pela empresa é um bom sinal de que ela pretende cumprir o acordo”, afirma.
Mensalmente, a Mercedes apresenta à representação as medidas que toma para manter o Banco de Horas dentro do acordo, quais trabalhadores estão saindo de férias e as horas extras realizadas.
“Através deste acompanhamento sabemos se a quantidade de mão-de-obra continua adequada. Isto só é possível porque mantemos contato constante com o chão de fábrica, o que nos dá a segurança de que, ao primeiro sinal de problema, os trabalhadores estarão dispostos a dar uma resposta”, concluiu o dirigente sindical.