Mercedes-Benz: Trabalhadores terão tempo livre para formação

Nos próximos dois anos todos os trabalhadores na Mercedes-Benz terão a oportunidade de participar de uma atividade de formação durante a jornada de trabalho. A responsabilidade será do Sindicato e da Comissão de Fábrica.

A atividade tornou-se possível devido a acordo firmado com a empresa em dezembro passado que regulamenta uma série de pontos, principalmente os relacionados à jornada de trabalho.

“Há cinco anos fazemos formação do pessoal no chão de fábrica, porém limitada a pouco mais de uma hora e restrita a alguns setores. Pelo acordo, o tempo será maior e atingirá a todos, inclusive horistas indiretos e mensalistas”, explica Walter Souza, da coordenação da Comissão de Fábrica. 

Canadá

Inicialmente, a formação será na forma de uma aula dentro do programa de treinamento e qualificação da própria montadora.

“Vimos essa experiência no Canadá, onde o CAW (sindicato nacional que representa os trabalhadores nas montadoras entre outras) tem um acordo desde 1985 que prevê este tipo de formação para todos os seus 240 mil filiados. Nas quatro fábricas da DaimlerChrysler no Canadá, o sindicato é responsável por todo o programa de treinamento da fábrica sobre saúde e condições de trabalho com duração de 40 horas por trabalhador”, afirmou Souza.

“O nosso programa começa em abril e inicialmente teremos aproximadamente duas horas para tratar do tema Qualidade de Vida no Trabalho. Após seis meses os trabalhadores retornarão para uma nova atividade onde teremos mais algumas horas para continuar o tema”, explicou.

Reivindicação

Ter formação sindical durante a jornada de trabalho foi uma reivindicação apresentada às monta-doras na pauta da campanha salarial de 2003, reapresentada no ano passado e deverá voltar este ano.

Na primeira vez ela nem chegou a entrar em debate e, no ano passado, decidiu-se buscar esta negociação fábrica por fábrica. “Acreditamos que este acordo é uma conquista importante e dá conta de uma das resoluções do Congresso da categoria de 2003”, lembrou o dirigente.