Mercedes na Alemanha: Produção garantida por 8 anos

Após 17 horas na mesa de negociações, a comissão dos trabalhadores na Mercedes-Benz da Alemanha e a direção da empresa anunciaram na última sexta-feira um acordo para preservar a produção e os empregos.

Sob a alegação de reduzir custos, a Mercedes ameaçava fechar 6.000 postos de trabalho e transferir parte da nova produção de veículos para Bremen, também na Alemanha mas onde os salários são menores, ou para a África do Sul.

Os companheiros se mobilizaram e obrigaram a empresa a negociar. Como resultado saiu o acordo em que a redução de mão-de-obra não pode ser fator de ganho de competitividade e produtividade, pelo menos até 2012; a jornada de 20 mil trabalhadores passa de 35 para 40 horas semanais, com aumento de salário; o pessoal não ligado à produção receberá salário de mercado mas sairá do contrato coletivo dos metalúrgicos, sem ser terceirizado; os recém-formados ficam três anos a disposição da empresa antes de voltarem à fábrica original; a equiparação salarial entre horistas e mensalistas foi adiada; e a remuneração da diretoria e dos 300 cargos de primeiro escalão sofrerão redução de 10%.

Com estas medidas, a Mercedes conseguirá economizar o R$ 1,5 bilhão que pretendia. Em compensação, não vai transferir a produção. O presidente do Ig Metall (o sindicato dos metalúrgicos alemães), Jurgen Peters, considera o acordo uma boa solução. “Foram garantidos os empregos a longo prazo, o que é uma vitória bastante valiosa”, afirmou.