Mercedes – “Não vamos aceitar política de Titanic”

Cerca de 2.700 trabalhadores em áreas administrativas na Mercedes, em São Ber­nardo, paralisaram as atividades por duas horas ontem, em assembleia no interior da fábrica.

Durante a mobilização, os companhei­ros debateram com o Sindicato o futuro da fábrica e as propostas dos trabalhadores e da montadora, com destaque para a política salarial e a avaliação de desempenho dos mensalistas.

“Os trabalhadores não sabem como são os critérios de avaliação e nem até onde po­dem chegar na carreira. A empresa não trata isso de forma transparente”, explicou o dire­tor de Comunicação do Sindicato e CSE na Mercedes, Valter Sanches.

Segundo o dirigente, se a montadora quer a ajuda dos mensalistas para ampliar a competitividade da empresa tem que adotar medidas de incentivo para todos os traba­lhadores.

Recado

“Qualquer medida que for tomada para o conjunto dos trabalhadores deve incluir os gestores também”, afirmou Sanches.

Para ele, existem mais problemas que a questão de redução de custos.

“Não vamos aceitar uma política de Tita­nic, com os trabalhadores no porão do navio e bote salva-vidas só para as chefias”, enfatizou o dirigente durante a assembleia. “Ou tem bote salva-vidas para todo mundo ou vamos afundar e morrer todos juntos”, acrescentou.

Mobilização

Além dos companheiros na área admi­nistrativa, todos os metalúrgicos na Mercedes receberam o Jornal do Comitê, com propos­tas para garantir o futuro da fábrica em São Bernardo.

“Temos que nos manter mobilizados. Isso é o mais importante agora”, defendeu Sanches.

Da Redação