Mercedes vai investir R$ 1,2 bilhão em S. Bernardo
Empréstimo do BNDES será usado para expandir a produção e desenvolver motores menos poluentes. Sindicato já negocia com a montadora cerca de 500 contratações para atingir novas metas.
Investimentos para ampliar produção podem criar 2.000 postos de trabalho
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 1,2 bilhão para a Mercedes-Benz expandir em 15% a capacidade de produção da fábrica de São Bernardo, que passará das atuais 65 mil unidades por ano para 75 mil até o final de 2011.
O Sindicato já abriu negociações com a montadora porque acredita que sejam necessárias cerca de 500 novas contratações na planta da cidade para atingir essa produção.
“Essa expansão interessa aos trabalhadores porque cada um dos novos postos tem capacidade para criar mais quatro vagas diretas nas empresas fornecedoras da Mercedes, como autopeças, por exemplo”, destaca Sérgio Nobre, presidente do Sindicato.
“Isso resultaria em cerca de 2.000 novos empregos apenas na cadeia automotiva”, afirma.
Crescimento
“Nos últimos meses já conquistamos 1.600 contratações na Mercedes em São Bernardo”, lembra o presidente do Sindicato.
“As administrações são resultado do crescimento da economia e às medidas financeiras para o setor, como o programa Pró-Caminhoneiro para motoristas autônomos”, exemplifica Sérgio Nobre.
Empresa busca avanço tecnológico e motores menos poluentes
Os investimentos na ampliação da produção na Mercedes preveem a aquisição de máquinas e equipamentos fabricados no Brasil e a construção de três novos prédios para abrigar atividades de manutenção de máquinas, revisão final de caminhões e fabricação de embalagens.
O financiamento também permitirá à montadora desenvolver motores adequados à nova legislação ambiental.
“Uma das lutas que os trabalhadores fazem no Conselho de Administração da Mercedes é para que tecnologias limpas e motores com baixa emissão ou emissão zero de carbono sejam prioridades da empresa”, revela Valter Sanches, diretor do Sindicato e e representante brasileiro dos trabalhadores no Conselho de Administração da montadora.
Competição – O novo motor a diesel da Mercedes no Brasil, por exemplo, atenderá às exigências estipuladas pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, que entrará em vigor em 2012.
“Os competidores da Mercedes serão obrigados a fazer investimentos semelhantes para acompanhar os avanços de tecnologia”, comentou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.