Mesmo batendo recordes de lucros, bancos não dão segurança para clientes
Somente no primeiro semestre deste ano, 20 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos, uma média de três por mês. As informações são da pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).
O diretor da Contraf e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, afirma que o número revela a falta de investimento dos bancos na proteção da vida dos clientes e funcionários das instituições.
“Os bancos lucram cada vez mais e não fazem investimento para evitar assaltos, tanto os que iniciam dentro das agências, como os que iniciam fora. Como no caso das chamadas ‘saidinhas de bancos’”.
Das 20 vítimas, nove eram clientes. Também morreram seis policiais, um bancário, um vigilante e três outras pessoas. A maioria dos assassinatos ocorreu no estado de São Paulo, foram 12 no total. Em relação ao último ano, o crescimento neste tipo de crime subiu 81%. Em 2010, foram registradas 23 mortes, quase o mesmo número deste ano.
Ademir ressalta que a Contraf vai levar os números para o Mistério da Justiça e Polícia Federal, para que medias sejam adotadas.
“Queremos chamar a atenção da sociedade, pois os números mostram que existem pessoas morrendo [por falta de segurança]. Precisamos comprometer todas as partes envolvidas para podermos garantir segurança e proteger a vida das pessoas.”
O setor bancário foi o mais lucrativo no Brasil no primeiro trimestre deste ano. Somente os bancos Itaú-Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander lucraram mais de R$ 11 bi.
Da Radioagência NP