Mesmo com mais saques, arrecadação do FGTS bateu recorde em 2011
O aumento das contratações com carteira assinada e a elevação da renda dos trabalhadores fizeram a arrecadação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) bater novo recorde em 2011, mesmo com o aumento dos saques.
O Ministério do Trabalho informou que, no ano passado, a arrecadação bruta do fundo totalizou R$ 72,2 bilhões. Esse valor somente não foi ainda mais expressivo por conta dos elevados saques, que totalizaram R$ 14,6 bilhões. Assim, o resultado líquido, que também foi recorde, somou R$ 14,6 bilhões – 22,7% acima do registrado em 2010.
Entre os setores que mais contribuíram para o aumento da arrecadação estão a construção civil, com alta de 25,8%, e o comércio, que cresceu 21,4%.
De acordo com informações do ministério, com base nos números da Caixa, os saques de recursos do FGTS beneficiaram mais de 34 milhões de trabalhadores em todo país.
Pela primeira vez, em 2011 também puderam efetuar os saques os trabalhadores brasileiros residentes nos Estados Unidos e Japão, que somaram mais de R$ 7,1 milhões. A partir de maio de 2012, brasileiros residentes na Europa também poderão sacar o FGTS sem precisar estar no Brasil. Os trabalhadores podem sacar o fundo por várias razões como demissão sem justa causa, aposentadoria e por decorrência de desastres naturais.
O balanço do FGTS mostra que foram aplicados R$ 37,7 bilhões nos setores de habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana em 2011. No caso de infraestrutura urbana, foram R$ 2,1 bilhões, e em saneamento básico, R$ 1 bilhão. No caso do principal programa habitacional do governo federal, o Minha Casa, Minha Vida, o fundo destinou R$ 19,5 bilhões – R$ 17,1 bilhões foram direcionados a famílias com renda de até cinco salários mínimos, resultado que superou em R$ 3,9 bilhões o volume de recursos de 2010.
Além disso, o FGTS desembolsou R$ 5,3 bilhões para pagamento de parte do preço de aquisição da moradia dessa faixa da população, na forma de descontos em financiamentos habitacionais vinculados ao programa Carta de Crédito. No total, mais de 410 mil unidades financiadas receberam subsídios, das quais mais de 305 mil dentro do Minha Casa, Minha Vida.
Do Valor Econômico