Meta de inflação. Meta para dívida. E meta de emprego?

Documento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) pede que os países estabeleçam também metas para abertura de vagas, já que fixam metas para outras áreas da economia como acontece com a inflação. A preocupação para que os governos determinem um número mínimo de postos de trabalho a serem abertos por meio de políticas públicas não é nova para o Sindicato e está presente entre as propostas da Chapa 1, que concorre à eleição para a diretoria da entidade.

OIT quer metas para abertura de vagas

Documento elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e apresentado ontem em Brasília defende que os países adotem metas também para a criação de emprego. “Os governos estabelecem limites para a inflação e para a dívida pública, mas não se comprometem com objetivos definidos para abrir novos postos de trabalho”, denuncia.

Meta de emprego é uma das propostas do programa da Chapa 1, que disputa as eleições para renovação da diretoria do Sindicato, em pleito que será realizado nos próximos dias 31 de maio e 1º de junho. Não é nova no Sindicato a preocupação para que os governos estabeleçam um número mínimo de vagas a serem abertas através de políticas públicas.

Elas já estão em iniciativas como a ida ao BNDES para reivindicar que empréstimos ao Moderfrota tenham contrapartidas sociais,  no plano de 7 Metas do Setor Automotivo, e outros acordos que só devem acontecer mediante garantia de emprego e renda para os trabalhadores. “Qualquer tipo de política industrial e econômica precisa trazer metas de emprego para beneficiar toda a sociedade”, defende o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo.

Meta social

Ao sugerir políticas mais ativas para enfrentar o desemprego, a OIT lembra que a liberalização dos mercados ocorrida a partir da década de 1990 só agravou o problema. Por isto, o documento propõe uma mudança na política econômica das nações, que faça com que a criação de empregos se torne uma meta para os formuladores das políticas sociais.

O documento lembra que, no Brasil, as decisões do Banco Central (BC) sobre a taxa de juros se baseiam apenas na expectativa de inflação, sem se preocupar com a maneira que afetarão o nível de emprego.

Postos criados já são 2,7 milhões

Já são 2,7 milhões os empregos com carteira assinada criados no governo Lula. O número foi alcançado com as 558 mil vagas abertas entre janeiro e abril deste ano segundo o Caged, Cadastro Geral de Empregados e Demitidos do Ministério do Trabalho. É o melhor resultado já registrado pelo levantamento, feito a partir de informações oficiais das empresas.

Só em abril foram abertos 266 mil postos de trabalho formais, recorde para o mês e 40% acima do total de abril de 2004. Assim, o crescimento passou de uma média mensal de 91 mil vagas em 2004 para 127 mil novos empregos por mês em 2005. O aumento ocorreu em todos os setores de atividade econômica, com melhores resultados em serviços, indústria, agricultura e comércio.

Estes números surgem logo após o IBGE registrar retração de 0,2% no nível de emprego na indústria. Como os resultados do Caged referem-se a abril e os do IBGE a março, os números divulgados pelo Ministério do Trabalho podem servir como indicador de uma tendência de recuperação.

Veja como cresce o emprego no Brasil

De 2003 até agora foram criados 2,7 milhões de empregos com carteira assinada.

Entre janeiro e abril deste ano 558 mil vagas foram abertas.

Só em abril foram criados 266 mil postos.

A média mensal de 91 mil vagas em 2004 passou para 127 mil novos empregos por mês em 2005.