Metalúrgicas do ABC lotam auditório para debater saúde

Evento na Regional Diadema comemorou o Dia Internacional da Mulher


Ana Nice Martins, coordenadora da Comissão de Metalúrgicas do ABC. Foto: Paulo de Souza / SMABC

Mais de 500 metalúrgicas e metalúrgicos do ABC lotaram o auditório da Regional Diadema nesta sexta (8) para falar sobre a saúde da mulher, em encontro promovido pela Comissão das Metalúrgicas do ABC no Dia Internacional da Mulher.

Durante a abertura, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, destacou a ampliação da presença feminina nas disputas eleitorais e à frente das políticas de inclusão.

“As mulheres têm mais compromisso com a família e é por isso que são titulares de programas como o Bolsa Família, de transferência de renda ou o Minha Casa, Minha Vida, de habitação”, disse. “As mulheres gostam de boas roupas e sapatos, mas gostam mais de respeito”, concluiu.

Assédio
Na questão da saúde, a psicóloga Eliana Pintor, do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador de São Bernardo, o Cerest, elencou uma série de questões que levam a mulher ao sofrimento no trabalho, como os assédios moral e sexual.

“A vida profissional está povoada pelos assédios moral e sexual, desde o controle de idas ao banheiro até a proibição de grávidas se sentaram durante a jornada de trabalho”, afirmou.

Segundo Eliana, as mulheres, de uma maneira geral, vivem em conflito entre a família e o trabalho. “Cansamos de ouvir depoimentos no Cerest de mulheres que lavaram roupas até às 2 horas da manhã e foram para a fábrica às 5h”, relatou. 

Para a psicóloga, as mulheres precisam se libertar das ditaduras da moda e da beleza, impostas pelo mercado, que buscam alimentar o consumo e nada tem a ver com a felicidade.

“Não podemos mais envelhecer. Essa postura é muito perigosa, por que as mulheres estão morrendo nas mesas de cirurgia de lipoaspiração”, alertou.

“Não podemos ser inimigas de nós mesmas. Ao invés de terminarmos o dia pensando no que deixamos de fazer, vamos lembrar o que fizemos”, finalizou Eliana.

Direito à saúde
A diretora do Departamento de Atenção Especializada da Secretaria Municipal da Saúde de São Bernardo, Débora do Carmo, também convidada para o debate na Regional, lembrou as companheiras da importância da participação nos processos políticos como forma de garantir seus direitos à saúde. “Não queremos ser iguais, queremos tratamentos iguais”, disse.

A diretora chamou a atenção da companheirada para exigir um atendimento digno para cuidar da saúde, sem violência ou agressões.

“As mulheres têm o direito de saber tudo sobre os procedimentos médicos, durante os seus exames ginecológicos, por exemplo”, destacou. E completou, “A mulher precisa autorizar qualquer procedimento em seu corpo”.

No encerramento do debate, a coordenadora da Comissão de Metalúrgicas do ABC, Ana Nice Martins de Carvalho, destacou a necessidade de a mulher ter equiparação salarial aos homens para conquistar os seus direitos.

“As mulheres estudam mais, se dedicam mais e, mesmo assim, ganham menos que os homens”, lembrou a dirigente.

“Precisamos garantir a igualdade de salários para que as mulheres possam ter autonomia financeira para conquistar mais qualidade para suas vidas”, disse Ana Nice.

Cartilha
A Comissão de Metalúrgicas do ABC lançaram durante o encontro uma cartilha com os direitos conquistados pelas trabalhadoras, que será distribuída nas fábricas da base.

Para terminar o encontro do Dia Internacional da Mulher, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, e o diretor de Administração, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, assinaram uma carta-compromisso com a campanha do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, UNA-SE pelo fim da violência contra mulher.

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Da Redação