Metalúrgicas do ABC quebram silêncio sobre violência
(Foto: Edu Guimarães)
A Comissão de Metalúrgicas do ABC lançou uma revista para trazer à tona a violência contra a mulher. A edição especial, que trata de questões a respeito do machismo, violência de gênero e cultura do estupro começou a ser distribuída na semana passada para os trabalhadores da base.
“O objetivo é que seja um chamado à reflexão para mulheres e homens, pois é com eles que as vítimas compartilham casa, mesa, trabalho, cama, filhos. Causa indignação, fere corpo e mente constatar que sete em cada dez agressores de mulheres são ou foram parceiros das vítimas”, alertou a coordenadora da Comissão, Maria do Amparo Ramos.
“Esperamos que essa publicação se torne mais um instrumento formativo e informativo, útil no combate à violência contra mulheres, além de um alerta à necessidade de denunciar, quebrar o silêncio contra agressores e assassinos”, declarou.
“Somos ainda, infelizmente, uma sociedade violenta e preconceituosa, em que as mulheres são alvo constante. Acabar com a violência é um desafio de todos nós”, ressaltou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.
O material traz números alarmantes no Brasil e no mundo. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, no Brasil ocorrem, em média, 527 mil estupros por ano, sendo registrados apenas 50,6 mil casos, ou seja 90% não são notificados. Outro dado é que 67% dos estupradores são parentes próximos ou conhecidos das vítimas.
O Brasil é o 5º País do mundo onde mais se mata mulheres, segundo relatório das Nações Unidas, a Síria, mesmo em guerra civil, ocupa o 64º lugar. As informações sobre violência doméstica também assustam, cinco mulheres são espancadas a cada dois minutos e mais de 70% em casa.
A edição virtual da revista está disponível no site do Sindicato.
Da Redação