Metalúrgicas iniciam curso sobre impactos da pandemia na vida das mulheres

O curso online “Mulheres trabalhadoras no enfrentamento da pandemia”, promovido pelo departamento de Formação do Sindicato para marcar o mês da Mulher, começou no último sábado, 20.

A atividade reuniu trabalhadoras para discutir seus principais desafios no atual contexto. Nesse primeiro encontro, foi apresentado o objetivo do programa e realizada pesquisa para conhecer os impactos da pandemia na vida das participantes do grupo.

Um dos intuitos é fortalecer o Coletivo das Metalúrgicas do ABC com o resgate de experiências do passado e a participação de dirigentes da FEM, CNM e CUT para mostrar às trabalhadoras na base realidades em outras categorias e regiões e ajudar na construção das lutas gerais das mulheres do Brasil.

Para compartilhar experiências, a abertura foi feita por Olga Irene do Nascimento, primeira mulher representante na Comissão de Fábrica na Volks. Ela trabalhou na montadora de 1964 a 1998 e foi da Comissão nos últimos cinco anos de trabalho.

“Trabalhei na Volks em plena ditadura, era uma época difícil e um ambiente machista. Meu aumento demorava mais a chegar do que o dos homens. Mas nada me derruba, sempre gostei muito da luta, me alimento de política. Creio que é fundamental que as mulheres estejam engajadas, apesar das dificuldades com casamento, trabalho e filhos, precisamos ter vida própria, exigir direitos e ocupar os espaços para chegar onde quisermos”, declarou.

Foto: Adonis Guerra/SMABC

A integrante do Coletivo Márcia Maria de Paula Rego, CSE na Papaiz, em Diadema, destacou a importância de discutir o assunto. “Esse curso veio pra gente refletir sobre a sobrecarga das mulheres na pandemia, tentar entender, ajudar e acolher uma a outra neste momento tão difícil, que atinge principalmente as mulheres que são mães e precisam cuidar da casa, dos filhos e do trabalho. Acredito que a atividade também é importante para trazer mais gente jovem para conhecer nosso Coletivo”.

Foto: Adonis Guerra/SMABC

“Esse é um momento muito difícil para as mulheres, além da sobrecarga, muitas ainda enfrentam a violência doméstica, precisamos falar sobre tudo isso”, destacou Maria Zélia Vieira Viana, integrante do Coletivo e CSE na Ouro Fino, em Ribeirão Pires.

Foto: Adonis Guerra/SMABC