Metalúrgicas voltam às ruas amanhã em defesa da vida e da democracia

Categoria participa de ato em Ribeirão Pires, a partir das 9h30, organizado pela Frente Regional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres

Foto: Adonis Guerra

As metalúrgicas do ABC seguem mobilizadas amanhã, a partir das 9h30, no ato regional “Mulheres nas ruas em defesa da vida e da democracia: pelo fim da violência, desemprego e fome”. A atividade acontece no centro de Ribeirão Pires (Rua do Comércio, 57). A organização é da Frente Regional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e reúne movimentos sociais, coletivos, associações, sindicatos e partidos políticos.

“Estão todos e todas convidados a participar para somar na luta. Este é o primeiro mês da mulher após quatro anos de retrocesso, por isso a pauta também é contra o fascismo e sem anistia aos responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro passado”, afirmou a coordenadora da Comissão das Mulheres Metalúrgicas do ABC, Maria do Amparo Ramos.

A dirigente, que esteve nesta quarta-feira (8) em Brasília, acompanhou o anúncio das 25 ações voltadas às mulheres no país feitos pelo presidente Lula. “Nosso trabalho agora é pela retomada, pela reconstrução e apoio ao Ministério das Mulheres, junto a ministra Cida Gonçalves, para que possamos gerar políticas públicas ao coletivo”, disse.

Dentre as medidas anunciadas, o presidente Lula assinou projeto de lei a ser enviado ao Congresso para promover a igualdade salarial entre homens e mulheres que exerçam a mesma função. O texto prevê medidas para que empresas tenham maior transparência remuneratória e para ampliar a fiscalização e o combate à discriminação salarial.

Foto: Adonis Guerra

Avenida Paulista

As metalúrgicas do ABC estiveram ainda em ato na Avenida Paulista no último dia 8. A CSE na Papaiz Udinese, em Diadema, Márcia Maria de Paula Rego, foi uma das companheiras que saiu em comitiva do Sindicato rumo à mobilização. “Sabemos da força e coragem das mulheres e, com a volta do governo democrático e popular, permanecemos na linha de frente com resistência pelo fim da violência de gênero, que mata uma mulher por dia no país, o combate ao racismo e ao fascismo, além de tantas outras pautas que nos oprimem”, lembrou. 

A CSE na Legas Metal, em Diadema, Aparecida Maria de Melo, a Cida, também foi à Avenida Paulista. “Estamos no dia a dia do chão de fábrica por cada mulher na base que precisa do nosso apoio e atenção. Por isso, a Comissão segue unida e em várias ações simultâneas para garantir representatividade e espaços de voz e atuação à categoria”, disse.

Foto: Adonis Guerra

Muito além das flores

No início do século XX o movimento feminista passa a se organizar nas fábricas dos EUA e da URSS, com o objetivo de lutar por direitos, uma vez que as trabalhadoras viviam condições desumanas.

Esta estreita relação entre a exploração do trabalho e a opressão da mulher ficaria cada vez mais explícita quando as experiências vivenciadas por elas tornaram-se públicas e coletivas.

Saíram de suas casas para, nas fábricas, serem submetidas a situações de assédio, violência, e exploração, mantendo ainda, a rotina das tarefas diárias em seus lares. É nessa convivência com pares, porém, que encontrarão formas de resistência para lutar por igualdade de direitos.

No II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, ocorrido na Dinamarca, em 1910, sugere-se fincar bandeira histórica por direito das mulheres na realização de um dia ao ano, sem ainda estipular data específica. Em 1921, o dia 8 de março foi aceito como dia oficial de lutas na Conferência Internacional das Mulheres Comunistas, em referência aos acontecimentos de 1917, quando mulheres russas tomaram as ruas por “pão e paz”, estopim para a Revolução Russa.  A data foi reconhecida pelas Nações Unidas em 1975.