Metalúrgico disputará brasileiro de fisiculturismo

Alexsandro Borges, mecânico de manutenção na Volks, começou a treinar para fugir da magreza. Hoje, para competir, treina três horas e se alimenta com cinco quilos de comida por dia

Campeão paulista e do sul/sudeste neste ano de fisiculturismo, Alexsandro Aparecido Borges, mecânico de manutenção na Volks, se prepara para defender o título nacional na modalidade neste sábado no Rio de Janeiro. “É um grande desafio para a minha vida”, disse o metalúrgico de 34 anos, que começou com a prática há 14 anos para fugir da magreza. “Pesava 60 quilos e tinha 1,78 metro de altura”, recorda.

Alexsandro disputará na categoria até 90 quilos. Para chegar ao título, ele terá de superar uma eliminatória entre competidores na mesma categoria, na qual chegarão apenas 6 competidores.

Regime
Até sábado, Alexsandro deverá perder três quilos para se enquadrar na categoria. Pegar pesado na ginástica? Não! “Vou suspender a ingestão de sal em dieta especial. Com isso não retenho água no corpo”, ensinou. Segundo ele, pelo mesmo método, é possível ao atleta perder cinco quilos de um dia para o outro.

Ele conta que o fisiculturismo é a combinação de exercícios físicos com alimentação. E é o regime alimentar do atleta metalúrgico que chama a atenção.

No primeiro caso, gasta três horas diárias em média com exercícios físicos, de segunda a sexta-feira. Quanto à dieta, parece um exagero ou regime de engorda: são cinco quilos diários de comida e mais 12 claras de ovos antes de dormir. Mas é tudo combinado conforme orientação de nutricionista. Carboidrato com carboidrato, proteina com proteina.

“Minha primeira refeição é às 5h40, antes de começar a jornada de trabalho. Arroz, macarrão e carne branca”, explica. A cada duas horas ele repete o cardápio o que lhe obriga a levar três marmitas para a fábrica, das oito refeições que faz ao dia.

Perguntado se usa anabolizante, Alexsandro jura que não. “O que consegui é na base da dieta e da atividade física e dos suplementos vitaminares”.

Plástica e força
O atleta explica que não há relação entre o seu esporte e levantamento de peso. Apesar disto, confirma encontrar certas facilidades para determinadas tarefas em suas funções como mecânico. Fisiculturismo,  resume ele, é a apresentação da melhor forma do físico. “No primeiro exercício de uma série já consegui levantar 170 quilos, mas não é essa a minha preocupação”.

Sua cabeça está voltada para a apresentação de sábado no Rio de Janeiro. Ele sobre ao palco da disputa junto com outros seis competidores e num prazo de cinco minutos deverá apresentar uma série de sete poses. Depois se apresentará individualmente em coreografia de sua criação.

“Minha meta é disputar o overall, o maior dos prêmios, e depois o mundial”, sonha.

Entretanto, para chegar lá, ele deverá superar um outro grande desafio: o de conseguir um patrocínio, já que a prática lhe consome por volta de R$ 2 mil mensais.

Da redação da Tribuna Metalúrgica