Metalúrgico Sérgio Nobre é eleito novo presidente da CUT
Os delegados e delegadas elegeram na tarde de ontem, durante o 13º Congresso Nacional da CUT "Lula Livre" - Sindicatos Fortes, Direitos, Soberania e Democracia, na Praia Grande, o metalúrgico do ABC Sérgio Nobre como novo presidente da Central pelo próximo mandato de quatro anos. Ele substituirá o bancário Vagner Freitas que passa a ser vice-presidente da entidade.
Fotos: Roberto Parizotti
Biografia
Sérgio Nobre é graduado em Relações Internacionais pela Fun – dação Santo André, ingressou na categoria metalúrgica em 1980, como aprendiz do Senai, na Scania, em São Bernardo. Em 1986, entrou na Mercedes-Benz, também em São Bernardo, onde foi membro da CIPA e, depois, da Comissão de Fábrica, da qual foi o coorde – nador por dois mandatos. Coor – denou ainda o Setor Automotivo da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos). Entre 2002 e 2005 coordenou a Regional Diadema do Sindicato e, a partir de 2005, assumiu a Secretaria de Or – ganização até ser eleito presidente para o seu primeiro mandato, em 2008. Foi reeleito em 2011 e em 2012 deixou o cargo para assumir a secretaria geral da CUT.
Tribuna – O que você destaca como mais importante ao longo desse período frente à secretaria geral da CUT?
Sérgio Nobre – Na condição de metalúrgico, minha pas – sagem na secretaria geral foi muito importante porque pude andar o Brasil inteiro, os 27 estados da federação e conhecer a realidade dos trabalhadores no campo, dos servidores públicos, dos trabalhadores no comércio que têm uma realidade muito diferente da nossa. É importante para qualquer dirigente sin – dical conhecer essas realidades, por isso hoje me sinto muito preparado.
TM – Qual será o principal desafio ao presidir a maior central sindical do país, no momento em que o governo de extrema direita tenta impor retiradas de direitos à classe trabalhadora?
Sérgio – Hoje o nosso grande desafio é defender a demo – cracia que está em risco com o governo Bolsonaro. Além da extinção dos espaços de participação popular, dos conselhos e o cerceamento dos espaços de diálogos, que são muito importantes para nós. Também temos que enfrentar a decisão do governo de desorganizar a estrutura sindical. O governo Bolsonaro vai apresentar um projeto de reforma da estrutura sindical, que na verdade não é uma reforma, mas o desmonte da organização, o que é muito grave. É este cenário que a próxima gestão da CUT vai enfrentar.
TM – E como enfrentar isso?
Sérgio – Só tem um caminho que é fortalecer os nossos sindicatos de base, trazer os trabalhadores para luta. Esse é o grande desafio, dialogar com os trabalhadores, não só no local de trabalho, mas no local de moradia também, fazer caravanas nos bairros, conversar com o povo e conscientizar, porque o momento é grave. Nós só vamos superar esse momento com muita organização e muita luta, e a CUT é o grande instrumento de construção dessa luta.
TM – Além da defesa de sindicatos fortes, dos direitos e da democracia, a soberania nacional também foi uma das bandeiras do Congresso…
Sérgio – Outro desafio é combater o desmonte da soberania no país, a entrega das riquezas nacionais, a Amazônia, a Petro – bras. Nós estamos vivendo o momento mais delicado da vida do país, da classe trabalhadora, de tudo o que a gente construiu. O tema da soberania está no centro do nosso debate, entregar Amazônia, as empresas estatais, abrir o país para importação é o sonho das multinacionais, mas uma tragédia para o povo brasileiro.
TM – E o que significa a liberdade de Lula, tema central do Congresso?
Sérgio – Como bandeira central, está a liberdade do pre – sidente Lula, ela é fundamental porque ele solto vai andar o país inteiro, vai defender o patrimônio público, a Petrobras, a Amazônia, os direitos dos trabalhadores. A luta pela liberdade de Lula tem a ver com a luta por direitos, com o Lula solto é mais fácil defender a Previdência, a legislação Trabalhista e os sindicatos.
“O companheiro Sérgio é um cara competente, pre – parado para o momento extremamente complicado que estamos vivendo, do ponto de vista político e em relação aos ataques que estão sendo impostos à classe traba – lhadora. Ele tem experiência em negociação, conhece o mundo do trabalho, conhece muito bem a CUT e sua principal tarefa será apontar e construir uma organiza – ção sindical adequada às mudanças que estão colocadas e que se acirrarão nas relações de trabalho. Está pronto para encarar os desafios de um mundo novo que avi – zinhamos. Além do mais, como ex-presidente do nosso Sindicato, adquiriu o respeito necessário para conduzir uma das maiores centrais sindicais do mundo, a CUT, e terá todo apoio da nossa categoria no seu mandato”.
Wagner Santana, o Wagnão
Presidente dos Metalúrgicos do ABC
Da redaçao