Metalúrgicos atingem a marca dos 100 mil trabalhadores no ABC
Pesquisa da subseção do Dieese revela ainda que cresceu o nível de escolaridade dos trabalhadores na base; passou de 13,5%, em 1996, para 40,9%, em 2006, a porcentagem de metalúrgicos que têm segundo grau completo
Os metalúrgicos do ABC já passam dos 100 mil trabalhadores na base do Sindicato (São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), segundo pesquisa da subseção Dieese baseada em dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Nos últimos 12 meses foram gerados 7,3 mil postos de trabalho na base. Desse total, 2 mil nas montadoras e 1,8 mil nas autopeças.
No mês de maio, a categoria tinha 99.752 metalúrgicos. “Como as contratações continuaram, alcançamos a marca dos 100 mil agora, em julho”, afirma o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre.
A marca atingida representa um crescimento de 28,8% no número de empregos na base em comparação a 2003, num total absoluto de 22.325 trabalhadores contratados na categoria no ABC.
CATEGORIA ESTUDA MAIS – A pesquisa do Dieese aponta ainda que o nível de escolaridade dos metalúrgicos cresceu em dez anos: em 2006, 40,9% da categoria tinha segundo grau completo, ante os 13,5% em 1996. O número de trabalhadores na base metalúrgica com ensino superior completo também subiu de 8%, em 1996, para 14%, em 2006.
O item faixa-etária, segundo a pesquisa do Dieese, aponta um crescimento de contratações em todas as idades e revela que a maioria da categoria tem entre 30 a 49 anos de idade. O número de trabalhadores que têm entre 50 e 64 anos também aumentou.
RECUPERAÇÃO – Em 1989, no final do governo Sarney, havia 159 mil metalúrgicos na base do Sindicato. Fernando Collor, com sua política neoliberal, assumiu em março de 1990 e, com a sua política de abertura econômica sem critérios provocou o fechamento de empresas e demissões em massa.
No final de 1990, a categoria tinha 40 mil empregos a menos e havia sido reduzida a 119 mil trabalhadores na base. Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu, em 1995, a base era de 110 mil trabalhadores e seguiu diminuindo.
Em 2003, quando Lula assumiu seu primeiro mandato, havia 77 mil metalúrgicos na base. Quatro anos depois, em 2007, ao final do primeiro mandato do petista, a base era de 95 mil trabalhadores.
“As contratações também elevaram a massa salarial. Mensalmente, são injetados na economia, só em salários, R$ 283 milhões, sem contar os valores das participações nos lucros e resultados”, comemora Sérgio Nobre.