Metalúrgicos do ABC aderem à Greve Geral contra a reforma da Previdência
Trabalhadores estão mobilizados para barrar a proposta que decreta o fim do direito à aposentadoria. Sindicato tem realizado série de assembleias nas fábricas da base para reforçar o chamado à luta. "Metalúrgicos e metalúrgicas do ABC, amanhã realizaremos a maior Greve Geral do país contra a reforma da Previdência. A proposta representa o fim do direito à aposentadoria depois de uma vida inteira de trabalho. Não se cale. Vá à luta! Faça a greve. Fique em casa, curta sua família e seus filhos. Não vá trabalhar!" Wagner Santana, o Wagnão.
Fotos: Adonis Guerra
Os trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo, Apis Delta e Isringhausen, em Diadema, aprovaram a adesão à Greve Geral contra a reforma da Previdência amanhã, 14 de junho, convocada pela CUT e demais centrais sindicais.
Na Mercedes, as assembleias foram realizadas nas entradas dos turnos. O diretor administrativo do Sindicato, Moisés Selerges, afirmou que a luta agora não é só pela geração atual, é pelo futuro dos filhos e netos.
“Essa reforma da Previdência é só para agradar banqueiros. A gente vai pagar para quem já é bilionário lucrar ainda mais? Não dá para aceitar. O que falta no país é uma política econômica e de crescimento para gerar empregos, renda, investimentos e fazer a economia girar”, defendeu.
“Em um cenário de carteira verde e amarela, de discursos de ‘ou emprego ou direitos’, essa Greve Geral é um aviso de que não vamos aceitar ataques contra a classe trabalhadora”, afirmou.
O coordenador da representação na Mercedes, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, reforçou o chamado. “Os trabalhadores têm que estar muito mobilizados, a luta é de todos e todas, em todas as áreas. Por isso, é importante a união e a solidariedade de cada um e cada uma na luta. Não tem trabalho dia 14”, convocou.
Apis Delta
A coordenadora do Coletivo das Mulheres Metalúrgicas do ABC e CSE na Apis Delta, Andrea Ferreira de Sousa, a Nega, ressaltou que a certeza não é de vitória.
“O que a gente tem é a luta, é com essa certeza que vamos dia 14. A jornada das mulheres é muito maior, além do trabalho, tem a correria para cuidar da casa, dos filhos, da família. A luta também passa por esse sentimento de que seremos mais atacadas com a reforma”, disse.
O CSE Alexandre Cruz, o Xande, convocou o pessoal. “O homem trabalha menos, ganha mais e vai aumentar cinco anos o tempo de contribuição. A mulher trabalha mais, ganha menos e vai aumentar em 10 anos. Vamos defender nossos direitos e de nossos filhos. Dia 14 é Greve Geral”, chamou.
Isringhausen
“É hora de a gente acordar e se unir como classe trabalhadora, se a gente não tiver união no bairro, na empresa, a gente não consegue nada e o governo vai fazer o que quiser”, convocou o CSE, Robson dos Santos Assis.
“Vamos fazer uma grande greve na sexta-feira, não adianta chegar na porta da empresa, que não vai entrar. Ou a gente se mobiliza agora pra mudar esse cenário no País, ou vamos afundar todos no mesmo barco”, cravou o CSE, Josivan Nunes do Vale, o Cachoeira.
Scania
Na montadora os CSEs realizaram assembleias internas para convocar os trabalhadores e reforçaram ontem, nas saídas dos turnos, a necessidade da mobilização e da luta para barrar a reforma que retira diretos.
“Os companheiros estão unificados para a participação na greve geral juntamente com pessoal nas outras montadoras do ABC. É um momento importante para toda a categoria mostrar que é contra a reforma”, afirmou o CSE Emerson Monteiro da Silva, o Danado.
“Nosso ato é contra essa reforma que não vai trazer nenhum benefício para os trabalhadores. Todos precisam se envolver porque a mudança atinge todo mundo, desde os mais jovens, quem está em vias de se aposentar e quem já se aposentou”, reforçou o CSE, Francisco Souza dos Santos, o Maicon.