Metalúrgicos do ABC apoiam reeleição de Dilma

Os metalúrgicos do ABC participaram do ato que reuniu trabalhadores para apoiar a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

Dilma e Lula durante ato em apoio à reeleição da presidenta

Milhares de metalúrgicos do ABC participaram na última quinta, dia 7, no Ginásio da Portuguesa, em São Paulo, do ato que reuniu trabalhadores de todas as categorias para apoiar a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

Na mobilização promovida pela CUT e outras cinco centrais sindicais, Dilma reafirmou o compromisso com a política de valorização do salário mínimo e a manutenção dos direitos trabalhistas.

“Eu tenho lado. O meu lado se mantém o do povo trabalhador deste País”, afirmou. Segundo ela, as conquistas dos últimos anos estão ameaçadas pela oposição ao governo.

“Eles querem acabar com a política de valorização do salário mínimo e retirar os direitos dos trabalhadores. É disso que tratam as medidas impopulares anunciadas pelo meu adversário eleitoral”, alertou a presidente.

“Nós somos diferentes deles e temos posições diversas sobre o trabalho”, disse. “Queremos que os direitos sejam garantidos com carteira assinada, enquanto eles querem a informalidade”, comparou a presidenta.

Dilma destacou a educação como o ponto principal para atacar a raiz da desigualdade no Brasil. “Esse País precisa de educação forte e estruturada, desde a creche até a universidade”, defendeu.

Para ela, o Pronatec, programa de ensino técnico federal, é um dos mais importantes para a inclusão no mercado de trabalho pela qualificação profissional.

“O Pronatec é o programa mais revolucionário deste País, com mais de 20 milhões de brasileiros profissionalizados, a maioria composta por mulheres”, disse.

O acesso à saúde, pelo Programa Mais Médicos foi citado por Dilma como uma ação firme do governo federal no combate à exclusão social.

“O Brasil só será uma nação desenvolvida se a população contar com profissionais nestas duas áreas, saúde e educação bem remunerados e capacitados”, alertou.

“Sem eles, não vem que não tem! Não tem saúde e não tem educação”, concluiu a presidenta.

No final do ato, representantes de todas as centrais sindicais entregaram um documento com a pauta de reivindicação dos trabalhadores (confira a pauta abaixo).

“O futuro do Brasil começou em 2002”, diz Lula

Durante o ato de apoio à reeleição de Dilma Rousseff, em São Paulo, o ex-presidente Lula destacou o papel dos sindicalistas brasileiros nas transformações positivas do Brasil.

“Os trabalhadores brasileiros, seus sindicatos e as centrais serão os primeiros a se levantarem para defender o governo federal”, afirmou.

Segundo o ex-presidente, essa disposição de luta se deve a mudança de tratamento dado aos representantes nos últimos anos, pelo Palácio do Planalto.

“Nesses onze anos, o trabalhador passou a ser respeitado, a ser tratado com decência e dignidade”, disse Lula.

O ex-presidente criticou àqueles que usam o discurso sobre o futuro do País como se fosse alguma novidade.

“O futuro do Brasil começou em 2002, quando os trabalhadores conscientes de seu papel decidiram tomar o destino da nação em suas próprias mãos”, acrescentou.

Lula relembrou a visita que fez aos companheiros na Ford, na semana passada, junto ao candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha e o diretor licenciado do Sindicato, o Barba, candidato a deputado estadual.

“Os jovens metalúrgicos na Ford ganham mais que seus pais, podem estudar e são exemplos das transformações do Brasil”, concluiu o ex-presidente. 

“Retrocesso deve ser evitado de qualquer maneira”, afirma Rafael

O presidente do Sindicato, Rafael Marques, alertou sobre a importância de reeleger a presidenta Dilma para mais um mandato.

“É a garantia de evitarmos qualquer retrocesso nos direitos que conquistamos nestes últimos anos”, afirmou durante o ato de apoio dos sindicalistas.

O presidente destacou o recorde de permanência no emprego como uma destas conquistas. “Isto é fruto das negociações coletivas do movimento sindical com o governo federal”, disse.

Rafael chamou a atenção para uma agenda que ainda está em debate com o governo federal e não pode ser paralisada.

“A criação do Sistema de Proteção ao Emprego, o SPE, está em pleno processo de discussão com o governo federal e não podemos perder isso”, defendeu.

Manifesto de apoio dos trabalhadores à reeleição da presidenta Dilma Rousseff

Os trabalhadores, parcela fundamental do eleitorado brasileiro, assumem o papel de protagonistas na recém-iniciada campanha eleitoral, marcada pelo embate de projetos de nação bem distintos.

Neste sentido nós, sindicalistas, manifestamos apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, cientes do vigoroso desenvolvimento econômico e social que o Brasil vive desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, e que está sendo mantido e aprofundado pela presidenta, desde 2010.

A eleição de Lula, em 2002, foi um verdadeiro divisor de águas da política nacional, pois levou o Brasil a um amplo e positivo processo de transformações, cuja característica central é a incorporação e a participação crescente das camadas mais pobres da população nos benefícios trazidos pelo crescimento econômico verificado desde então.

Esta diminuição da desigualdade social – chave para o fortalecimento da soberania nacional – é um processo lento, porém consistente e contínuo. Seus alicerces são iniciativas como:

  • Programas sociais, especialmente o Bolsa Família, que tirou mais de 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza e fez com que 42 milhões passassem a compor a chamada classe C.
  • O controle efetivo da inflação, a valorização do salário mínimo e os aumentos reais dos salários.
  • A geração de mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada e a diminuição do trabalho informal e precário.
  • A valorização do mercado interno e a retomada da intervenção estatal na construção da infraestrutura necessária ao desenvolvimento nacional.
  • O reconhecimento das trabalhadoras domésticas e a garantia dos seus direitos trabalhistas e previdenciários.
  • O vasto programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida.
  • O Programa Mais Médicos, que levou os profissionais de saúde a milhares de municípios, beneficiando cerca de 50 milhões de brasileiros.
  • A fundação de novas universidades federais, escolas técnicas, e a duplicação das vagas no ensino superior de 3,7 para 7 milhões.
  • Os programas de financiamento estudantil (PROUNI), de estudo no exterior, e de qualificação profissional e técnica (PRONATEC).

Com isso podemos dizer que o Brasil de Lula e Dilma é significativamente melhor e mais justo do que aquele da inflação, do desemprego, das crises econômicas, das políticas do FMI, da privataria e das políticas neoliberais.

Os trabalhadores sabem que não é hora de apostar ou promover incertezas.

No campo da oposição conservadora muito tem se falado em “choque de gestão”, “redução dos gastos públicos” e que devem ser adotadas no país medidas “duras” ou “amargas”. Frente ao programa de “ajustes macroeconômicos” proposto por esta oposição conservadora, perguntamos: qual é o significado real do programa que defendem?

Estas medidas trazem amarga lembrança do arrocho salarial e da política de austeridade fiscal que assolaram a classe trabalhadora tanto na época da ditadura militar quanto nas décadas perdidas para a hegemonia do neoliberalismo. Elas não correspondem ao compromisso com a pauta apresentada pelos trabalhadores, seus sindicatos e suas centrais sindicais.

Nós trabalhadores sabemos que para o Brasil continuar na trajetória de desenvolvimento social e crescimento econômico, é preciso manter, aprofundar e aprimorar os elementos centrais da política do governo de Dilma Rousseff.

Entretanto, temos consciência que o país ainda não chegou a uma situação ideal. Ainda há muito para desenvolver, uma vez que chegamos ao século 21 com um déficit de atraso social e econômico. Por isso é necessário enfatizar que queremos mais mudanças.

Reivindicamos o fim do fator previdenciário; jornada de 40 horas semanais, sem redução salarial; retirada do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização; regulamentação da Convenção 151 da OIT (direito à negociação coletiva e ao reajuste salarial dos servidores públicos); ratificação da Convenção 158 da OIT (contra demissões imotivadas); correção da tabela do Imposto de Renda (IR) na fonte; reajuste digno para os aposentados; mais investimentos em saúde, educação, segurança e transporte público de qualidade; redução na taxa de juros; reforma agrária e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.

Ao apoiar a reeleição da presidenta estamos certos de que a negociação destes e outros temas importantes para os trabalhadores serão melhor acolhidos e terão maior possibilidade de negociação com o governo federal.

Desde já, cobramos compromisso expresso com os trabalhadores e suas centrais representativas de que será efetivamente estabelecido um processo permanente de diálogo sobre estas e outras questões relativas ao mundo do trabalho no país.

Não podemos retroceder, queremos uma democracia mais madura, mais crescimento econômico, mais distribuição de renda, mais saúde e educação pública de qualidade, mais garantias e direitos trabalhistas. Com isso construiremos um Brasil forte, pujante, justo e solidário.

É por isso que lutaremos pela reeleição da presidenta.

Sindicalistas

Da Redação