Metalúrgicos do ABC apoiarão Passe Livre contra cartel em SP

Os metalúrgicos do ABC participarão de mobilização contra fraude no Metrô, no próximo dia 14, em conjunto com o Movimento Passe Livre de São Paulo. Na última semana a Siemens denunciou que ela e mais 17 empresas se uniram em cartel para a execução das obras, superfaturando os contratos.

Os metalúrgicos do ABC participarão, no próximo dia 14, da manifestação em conjunto com o Movimento Passe Livre de São Paulo, em protesto contra a formação de cartel para obras do Metrô e manutenção de trens da capital, denunciado pela empresa Siemens.

Na semana passada, a Siemens denunciou que o governo de São Paulo autorizou a formação de cartel com a participação dela e mais de 17 empresas.
 
Juntas, elas teriam fraudado a livre concorrência para a execução das obras e superfaturado os contratos em  quase R$ 600 milhões.

A Siemens já foi condenada nos Estados Unidos e na Alemanha a pagar mais de R$ 2 bilhões em multas por ter subornado agentes públicos em troca de contratos.

A prática pode ter acontecido também no Brasil, onde a Siemens tem contratos com o governo do Estado de São Paulo, desde 1998, na administração de Mário Covas, do PSDB.

Trabalhador

No início de julho, a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Linha Cruzada, com busca e apreensão de documentos em empresas que fariam parte de um cartel para vencer concorrências do governo do Estado de São Paulo.

Na investigação, a PF apurou irregularidades na contratação das obras de construção da linha 5 e de extensão da linha 2 do Metrô e para a manutenção de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, a CPTM.

Na semana passada, a Siemens, que está entre as empresas investigadas no conluio (combinação para prejudicar alguém), fez a denúncia.

O Movimento do Passe Livre (MPL) calcula que a passagem poderia custar R$ 0,90 na Capital se não houvesse o desvio de recursos.

Segundo o presidente do Sindicato, Rafael Marques , as acusações feitas pela Siemens comprovam aquilo que o MPL debate nas ruas de todo o País, a queda nas tarifas de transporte público.
“O nosso apoio é motivado porque o preço das passagens sempre pesa no bolso do trabalhador”, enfatizou o presidente.

Parlamento

Os deputados estaduais de São Paulo estão coletando assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, para apurar as denúncias e contam com 26 adesões de parlamentares. Faltam seis nomes.

“Os deputados da base do governador Alckmin precisam se adequar ao novo momento da sociedade que cobra transparência, combate à corrupção e nova postura da classe política”, disse o líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, Luiz Cláudio Marcolino.

Entenda o caso de superfaturamento pela Siemens

1998 – Ano em que a empresa alemã Siemens ganhou os primeiros contratos com o governo de São Paulo. Na época o governador era Mário Covas (PSDB).

2008 – Multa de R$ 2 bilhões é aplicada à Siemens na Alemanha e em nos Estados Unidos por subornar agentes públicos nos dois países em troca de contratos.

2013 – Dois inquéritos são abertos pela Polícia Federal no Brasil para investigar a criação de um “conluio” (isto é, uma combinação para lesar alguém) entre empresas brasileiras e estrangeiras em licitações de obras do Metrô de São Paulo e na manutenção de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Julho de 2013 – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão de vigilância do Ministério da Justiça apreende documentos em empresas suspeitas de fraudes nestas licitações. Entre elas está a Siemens.

Semana passada – A Siemens anuncia que ela e outras empresas fazem parte do “conluio” formado para vencer as concorrências e acusa o governo de São Paulo de autorizar o acordo. O governador é Geraldo Alckmin (PSDB)

R$ 577 milhões – É o valor estimado no superfaturamento das obras do metrô.

R$ 0,90 – É o valor que o Movimento do Passe Livre (MPL) calcula que a passagem poderia custar na Capital se não houvesse o desvio de recursos.  

 

Da Redação