Metalúrgicos do ABC aprovam disposição de luta para reivindicações da Campanha Salarial 2025
A partir de hoje, a FEM-CUT/SP e os 13 sindicatos filiados à sua base entregam a pauta de luta deste ano aos sindicatos patronais

Com participação expressiva da categoria, os Metalúrgicos do ABC aprovaram, em Assembleia Geral realizada na quinta-feira, 29, na Sede do Sindicato, em São Bernardo, a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2025 e a disposição de luta. A votação reafirma o compromisso da base com a mobilização por avanços concretos nas condições de trabalho e de vida da classe trabalhadora. Também foi aprovada a contribuição negocial, a qual terá sua forma definida e votada em assembleia de Campanha Salarial, na ocasião da aprovação do acordo.

Para o presidente da entidade, Moisés Selerges, a aprovação é um passo fundamental para garantir conquistas. “Mais do que aprovar a pauta, foi essencial aprovar a disposição de luta. Porque, se a gente não se mexer, nada virá de graça. Este Sindicato e a FEM-CUT/SP [Federação Estadual dos Metalúrgicos] têm história de enfrentamento e de campanhas salariais vitoriosas. Vamos seguir firmes, organizados e mobilizados por nossos direitos”, afirmou.
Sob o lema “Construindo nosso futuro com melhores condições de trabalho e de vida”, a campanha deste ano tem como eixos centrais: a valorização das CCTs (Convenções Coletivas de Trabalho), a reposição integral da inflação com aumento real nos salários, a redução da jornada sem redução de salário, o fim da escala 6×1 e a isenção do Imposto de Renda sobre salários até R$ 5 mil e sobre as PLRs (Participações nos Lucros e Resultados).
Outros pontos estratégicos da pauta incluem a redução da taxa de juros, que impacta diretamente o consumo e o endividamento das famílias, e o combate a todas as formas de assédio nos locais de trabalho, uma das bandeiras permanentes do movimento sindical.
Mobilização

O presidente da Federação, Erick Silva, destacou a importância da mobilização desde a base.
“Entre os dias 3 e 5 de junho, vamos entregar oficialmente as pautas aos sindicatos patronais. É um ato formal, com protocolo e assinatura. Mas a parte mais importante mesmo é a luta. E essa luta se constrói aqui, no chão da fábrica, com o Sindicato ao lado da base. A história mostra que temos uma grande capacidade de enfrentar, conquistar e garantir o que é justo para quem trabalha”, afirmou.
Erick também alertou para o momento político e econômico do país. “O que estamos vendo no Brasil é mais um capítulo da eterna disputa entre capital e trabalho. Os que concentram a riqueza se incomodam com os avanços que estamos construindo com o governo Lula, e tentam barrar qualquer medida que beneficie a classe trabalhadora. Por isso, a luta coletiva é mais necessária do que nunca”, completou.
A Campanha Salarial dos Metalúrgicos do ABC integra a mobilização coordenada pela FEM-CUT/SP, que representa 13 sindicatos filiados no Estado de São Paulo. Ao todo, 190 mil trabalhadores e trabalhadoras estão envolvidos nas negociações. Na base do ABC, que abrange São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, são 52 mil metalúrgicos e metalúrgicas em ação coletiva. Outros 21 mil trabalhadores de montadoras, com acordos específicos, também estão em processo de negociação. A data-base da categoria é 1º de setembro.