Metalúrgicos do ABC assinam acordo com G2 e Estamparia
Bancadas patronais só apresentaram propostas depois de pressão da categoria. Agora Sindicato luta para fechar acordos por empresas no G10
Na manhã de ontem, os representantes do Sindicato e da FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) assinaram a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) com as bancadas do G2 e do Siniem.
O Grupo 2 é composto por dois sindicatos patronais, o Sindimaq e o Sinaees (máquinas, aparelhos elétricos, eletrônicos), e abrange quase 13 mil metalúrgicos na base do ABC. Já o Siniem, representa as indústrias na área de estamparia.
As duas bancadas chegaram à reposição da inflação, conforme o INPC de 10,42%, em parcela única, com aplicação nos salários retroativa a 1º de setembro, e renovação das cláusulas sociais vigentes por um ano.
Ambas só apresentaram proposta depois que a categoria aprovou em assembleia geral a entrega do aviso de greve aos grupos que não haviam fechado acordo com a Federação.
“Esse é um desfecho importante para uma parcela significativa da nossa categoria, que garante além do reajuste estabelecido e votado na nossa assembleia, também a renovação das cláusulas sociais. É nossa garantia de tranquilidade e regulação nas relações de trabalho diante do desmonte da legislação trabalhista causado por esse governo e o anterior de Michael Temer”, destacou o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão.
O presidente da Federação, Erick Silva, ressaltou que com essas assinaturas, mais de 90% dos trabalhadores da base da FEM/CUT estão cobertos com a Convenção Coletiva que garante direitos. “É bom lembrar todo o esforço feito pelos representantes da Federação, essa negociação começou em fevereiro com o estudo das convenções coletivas e as plenárias nos sindicatos da categoria. Agora chegamos, enfim, a esse importante resultado que respalda quase toda a categoria”.
G10
Wagnão também lembrou a situação do G10 que não assina a Convenção com a FEM/CUT há cinco anos.
“É importante ressaltar que ainda não conseguimos fechar as negociações com o Grupo 10 por absoluta intransigência e insensatez da bancada patronal. Grupo esse que tem menosprezado, ao longo dos últimos anos, a negociação coletiva como forma de organizar e de regular as relações internas dentro da fábrica. Para essas empresas estamos enviando os acordos coletivos com os mesmos conteúdos dos já assinados. Às que não assinarem, ‘o chicote vai estalar’”.