Metalúrgicos do ABC começam a montar rede de TV
Sérgio Nobre agradeceu as providências do ministério em relação às licenças de funcionamento do Canal 46 e à mensagem presidencial dirigida ao Congresso Nacional concedendo o Canal 45, em São Caetano, também para a Fundação
ABR
Em reunião com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, começou a discutir a organização de uma rede de retransmissoras de tevês no Estado de São Paulo. O encontro ocorreu em Brasília, na quinta feira passada.
Segundo Sérgio Nobre, o ministro reforçou a legitimidade das concessões obtidas pelo Sindicato como um direito à comunicação da categoria. Foi uma resposta a setores da grande mídia que criticaram as concessões e questionaram se os trabalhadores poderiam ter um canal de televisão.
“Se outros podem ter, porque nós não podemos?” questionou Sérgio Nobre
São Caetano
O presidente do Sindicato aproveitou o encontro para elogiar as providências que o Ministério das Comunicações está tomando em relação à mensagem do presidente Lula ao Congresso Nacional, concedendo ao Sindicato o canal 45, em São Caetano.
Essa mensagem foi assinada por Lula no dia 12 de maio, no ato de comemoração de 50 anos do Sindicato. Agora, o Congresso Nacional decidirá de concede ou não o canal.
Rede
A rede de televisão será formada a partir do Canal 46, localizado em Mogi das Cruzes, do qual o Sindicato obteve concessão no final de 2007 e que ainda se encontra em fase de testes.
A ideia é transmitir uma programação própria e fechar convênios com a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), a TV Pública e com a Universidade Federal do ABC, com o objetivo de trocar programação para ser colocada no ar.
Tudo o que for feito a partir da geração em Mogi poderá ser transmitido pela rede e chegar a várias regiões, principalmente o ABC.
Luta durou 20 anos
A reivindicação dos metalúrgicos do ABC ao direito de comunicação começou em 1987, quando o presidente Lula era deputado federal. Uma comissão formada ele, Vicentinho, então presidente do Sindicato, e Jair Meneguelli, ex-presidente do Sindicato e na ocasião presidente da CUT, procurou o ministro das Comunicações da época, Antonio Carlos Magalhães, para reivindicar uma concessão de rádio.
Dono de poderes absolutos na decisão das concessões, o ministro negou o pleito por tratar-se de uma iniciativa de trabalhadores. Para aliados políticos ligados a elite, porém, ele distribuiu mais de 300 concessões de canais de rádios e de televisões.
Nova tentativa de obter a concessão ocorreu em 1992, quando o Sindicato chegou a apresentar um plano de viabilidade técnica de uma emissora para o ABC.
O ministro das Comunicações da época, Hugo Napoleão, também negou o pedido porque a iniciativa vinha dos trabalhadores. Diante destas experiências frustradas, os metalúrgicos só voltaram a requerer novas concessões depois da eleição de Lula.
Da Redação