Metalúrgicos do ABC conquistam aumento em 71 empresas e iniciam paralisações

Após a pressão, são 11.853 trabalhadores contemplados com acordos. Paralisações continuam hoje nas fábricas que não chegarem ao índice

Foto: Adonis Guerra

O Sindicato iniciou na manhã de ontem paralisações em diversas empresas da base para pressionar os patrões a chegarem ao reajuste salarial de 6,14%, correspondentes a 4,06% de reposição da inflação mais 2% de aumento real. A medida foi tomada após aprovação em Assembleia Geral de Campanha Salarial, na Regional Diadema, na noite de terça-feira.

Por conta da intransigência dos grupos patronais durante as negociações, não foi possível chegar a um entendimento e os acordos estão sendo fechados por empresas. Até o momento 11.853 trabalhadores foram contemplados em 71 empresas. Confira a lista das empresas que já apresentaram reajuste pleiteado pela categoria.

Foto: Adonis Guerra

Ontem, após a pressão dos trabalhadores, alguns patrões começaram a se movimentar e atenderam a pauta do Sindicato.

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, esteve pela manhã na Evacon, em Diadema, onde o pessoal iniciou uma paralisação e logo houve resposta da empresa. “Junto com os trabalhadores na Evacon votamos que, se a empresa não chegasse ao reajuste de 6,14%, a companheirada iria cruzar os braços. A direção da fábrica entendeu o recado e aceitou a proposta dos trabalhadores. Vamos continuar na luta até toda a categoria estar contemplada nesta Campanha Salarial”.

Já na Udinese Papaiz, também em Diadema, não foi necessário fazer a paralisação, os patrões toparam fechar o acordo após observar o pessoal que se mostrou disposto a parar a produção.

Foto: Adonis Guerra

O coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, ressaltou que a luta segue até que todos sejam contemplados. “Nossa luta continua nas demais empresas para que possamos contemplar com acordos fechados toda a nossa base”.

A diretora executiva do Sindicato, Andréa Ferreira de Sousa, a Nega, reforçou a unidade, mas também a o endurecimento, caso seja necessário. “Estamos juntos no dia a dia, não vamos abrir mão da nossa Campanha Salarial, estamos aqui dialogando na paz, mas se precisar a gente luta também”.

Foto: Adonis Guerra

São Bernardo

Foto: Adonis Guerra

Os trabalhadores e trabalhadoras na Mahle, ZF e Fiamm, em São Bernardo, permaneceram em estado de alerta e mobilização. Todas as empresas pertencem ao Grupo 3.

O coordenador de São Bernardo, Jonas Brito, ressaltou que as assembleias foram realizadas com o intuito de organizar os trabalhadores para uma possível paralisação a partir de amanhã. “Entendemos que é uma falta de respeito por parte dos grupos patronais até o momento não apresentar uma proposta que contemple a nossa pauta. A única forma de sairmos vitoriosos desta Campanha Salarial será parando as empresas que não respeitam os trabalhadores”.

Foto: Igor Andrade Cotrim

Ribeirão Pires

Em Ribeirão Pires, segundo o coordenador da Regional, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, o dia foi de intenso trabalho e conversa com as empresas.

“Todas as empresas sabem da seriedade do nosso Sindicato. Não dá para ficar perdendo tempo sentando na mesa se os patrões não têm nada para apresentar. Agora eles querem se mexer, querem mostrar serviço, por que não mostraram antes? O que estamos pedindo não é nenhum absurdo, o trabalhador merece muito mais”.

Solidariedade

Foto: Divulgação

Na manhã de ontem, em solidariedade aos metalúrgicos em Campanha Salarial, os companheiros e companheiras na Mercedes, em São Bernardo, realizaram assembleias internas.

O coordenador da representação, Amarildo Marques de Souza, destacou que a luta é de todos. “Essa luta nossa pelo emprego, pela dignidade é uma luta eterna, e não podemos esquecer quem somos”.