Metalúrgicos do ABC conquistam mais de 5% de reajuste salarial e renovação das cláusulas sociais

Em Assembleia Geral de Campanha Salarial realizada na noite da última sexta-feira, 23, na Regional Diadema, os Metalúrgicos do ABC aprovaram a proposta negociada com as bancadas patronais do G3 (Sindipeças, Sindiforja e Sinpa), G8.3 (Simefre, Siamfesp e Sinafer), Sindicel e Siescomet de mais de 5% de reajuste salarial e renovação das cláusulas sociais até 2025.

O acordo conta com a reposição da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no período e aumento real de 1,2%. As projeções apontam que neste ano o INPC fechará entre 4% e 4,15%. O índice oficial será divulgado até o próximo dia 9 de setembro. A data-base da categoria é 1º setembro.

Nos demais grupos nos quais não houve avanços nas propostas, a categoria definiu que os sindicatos patronais têm até sexta-feira, 30, para apresentarem as mesmas condições de reajuste ou receberão avisos de greve pela FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT). Na assembleia, trabalhadores e trabalhadoras também aprovaram ainda a contribuição negocial de 4% para os não sócios.

“É o segundo ano consecutivo que conquistamos reajuste no salário com aumento real além do INPC, isso é muito importante. Sempre foi compromisso do nosso Sindicato melhorar as condições de trabalho nas fábricas e também nos salários dos trabalhadores. Sabemos que o salário é fundamental. Este ano estamos conquistando nossa Campanha Salarial antes mesmo da data-base, assim os companheiros da categoria já terão seu aumento no próximo vale”, comemorou o presidente do Sindicato, Moisés Selerges.

“Também conquistamos as Convenções Coletivas com cláusulas sociais que garantem nossos benefícios e direitos. Isso é fundamental. As cláusulas sociais são conquistas gigantescas que nem todo trabalhador Brasil afora possui”, completou.

Compromisso

O presidente da Federação, Erick Silva, enalteceu a conquista do acordo antes da data-base. “Nosso compromisso era garantir a nossa data-base em 1º de setembro, estar com a Convenção Coletiva resolvida e votada para já receber o adiantamento em setembro. E esse é o resultado, o saldo da nossa luta”.

O coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, lembrou que a luta precisará ser feita para contemplar os demais trabalhadores. “Mais uma vez, estamos trazendo aumento real e renovação da Convenção Coletiva e vamos lembrar que aqueles grupos patronais que não chegaram ainda a um acordo terão até o final do mês para apresentarem uma proposta com aumento real. Caso contrário, vamos ter que encaminhar aviso de greve e fazer a luta”.

O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, valorizou a atenção do Sindicato com os companheiros e companheiras em todas as fábricas. “Fizemos essa Campanha Salarial conversando com todo mundo, nas empresas grandes e nas pequenas sem distinção, essa é a diferença deste Sindicato. Temos uma base aguerrida com respeito a todos os trabalhadores e trabalhadoras, é isso que me dá orgulho de ser metalúrgico do ABC”.

O coordenador de São Bernardo, Jonas Brito, agradeceu a cada Comitê Sindical pelo trabalho de mobilização na base. “Quero agradecer a cada Comitê Sindical, a cada dirigente que organizou as assembleias de mobilização nas fábricas. Essas assembleias são fundamentais porque são elas que dão o tom das negociações”.

Avanços nos direitos das mulheres

Este ano a bancada da Federação, composta também por companheiras metalúrgicas, conseguiu importantes avanços no que diz respeito às cláusulas sociais que garantem direitos das mulheres. Como, por exemplo, a inclusão da lei de igualdade salarial, garantia de que o tempo de licença maternidade não prejudique o plano de carreira, melhoria no auxílio-creche, dentre outras.

A diretora executiva do Sindicato, Andrea Sousa, a Nega, destacou as conquistas. “Quero fazer um agradecimento a todas as mulheres que estão presentes, sabemos que a jornada das mulheres não é fácil. Nós tivemos avanços importantes nas cláusulas sociais e isso vai servir de instrumento para fazermos o nosso debate no dia a dia nas fábricas”.

Sem proposta

As bancadas patronais do G10 e Aeroespacial sequer responderam à pauta de reivindicações da FEM-CUT/SP, situação que se estende há sete anos. A bancada da Estamparia (Siniem) não apresentou nenhuma proposta. Os demais grupos apresentaram propostas que foram rejeitadas pelos representantes da Federação.

Ao todo, a base da Federação tem cerca de 198 mil metalúrgicos e metalúrgicas. No caso dos Metalúrgicos do ABC, a campanha envolve 45 mil trabalhadores da categoria. Outros 25 mil são trabalhadores em montadoras, que têm negociações à parte.