Metalúrgicos do ABC convocam toda a categoria para ato hoje na Avenida Paulista
Manifestação chama atenção do Congresso Nacional para as pautas do povo, especialmente a taxação dos super-ricos, isenção do IR para quem ganha até R$5 mil e a redução de jornada

Hoje, o grito do povo vai ecoar em alto e bom som na Avenida Paulista, com recado direto ao Congresso Nacional. A manifestação acontece no vão livre do MASP, a partir das 18h. Os Metalúrgicos do ABC convocam toda a categoria para se somar ao ato, organizado pela CUT e pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
A principal pauta é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, proposta do governo Lula. Mas, para garantir o equilíbrio fiscal e a justiça tributária, é fundamental taxar os super-ricos. A proposta prevê a criação de um imposto mínimo para pessoas com rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil. A alíquota será progressiva, podendo chegar a 10% para quem ganha mais de R$ 1,2 milhão por ano. A medida deve atingir cerca de 141,4 mil contribuintes de alta renda, que hoje pagam uma alíquota efetiva média de apenas 2,5%.

“O Congresso precisa aprovar essa proposta, que beneficiará mais de 20 milhões de pessoas, enquanto apenas 140 mil contribuintes de alta renda pagarão um pouco mais. Essa é uma oportunidade de promover justiça tributária neste país. A isenção do IR significa mais dinheiro no bolso do trabalhador”, destacou o secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira.
O dirigente reforçou a importância da mobilização. “É preciso uma tomada de consciência, ocupar as ruas para lutar em defesa das pautas de interesse da casa trabalhadora, mas também chamar a atenção do Congresso contra o descaso, a falta de atenção para essas pautas”.
Redução da jornada de trabalho
“Não faz sentido, em pleno século XXI, com tantos avanços tecnológicos que geram ganhos exorbitantes de produtividade, continuarmos com jornadas de 40 horas semanais. Em diversos países já se trabalha 36 horas ou menos. Reduzir a jornada sem reduzir salários é garantir qualidade de vida ao trabalhador”, pontuou o dirigente.
De olho no Congresso
Claudionor também alertou para o comportamento dos parlamentares que precisam receber a resposta nas urnas nas próximas eleições. “A sociedade tem que estar de olho no Congresso Nacional, atenta ao voto de cada deputado. Pelo que temos visto, os temas de interesse da classe trabalhadora estão sendo deixados para trás e estão sendo priorizadas as pautas de interesse dos ricos, dos milionários, dos banqueiros, das big tags. Nas próximas eleições, o povo tem que saber votar em quem representa o interesse da classe trabalhadora”.
Mais deputados, mais gastos
O Congresso aprovou uma proposta que aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais. A medida pode gerar um impacto de R$ 95 milhões por ano aos cofres públicos.
“O povo não pode aceitar esse tipo de coisa calado. Um Congresso que deveria representar os interesses do povo acaba defendendo os interesses de uma minoria, a elite milionária que manda e quer continuar mandando no país. Mas não pode mandar na vontade do povo”.
Não vamos pagar essa conta!
“O povo brasileiro e a classe trabalhadora não podem pagar essa conta. Não dá para querer mudar o mundo a partir dos outros, por isso nós precisamos estar nas ruas. Hoje, vamos lotar a Avenida Paulista em defesa das nossas bandeiras, das nossas causas, da nossa dignidade”, finalizou Claudionor.