Metalúrgicos do ABC defendem emprego e renda na marcha a Brasília

A crise da agiotagem será o foco central da 5ª Marcha da Classe Trabalhadora. A manifestação também defenderá a Agenda dos Trabalhadores, com destaque para o fim do fator previdenciário.

Cerca de 600 militantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC estarão nesta quinta-feira (4) em Brasília para participar da 5º Marcha da Classe Trabalhadora. Este ano, o movimento organizado pelas seis centrais sindicais brasileiras defenderá o emprego e a renda.

“Os trabalhadores não pagarão pela crise. Por isso queremos geração de emprego e de renda”, explicou o presidente nacional da CUT, Artur Henrique.

O dirigente confia nos resultados da mobilização, tendo em vista os objetivos alcançados com as quatro marchas anteriores. “Faremos um grande ato para pressionar o governo federal, os parlamentares e o poder Judiciário para incluir os trabalhadores nas decisões nacionais”, disse Artur.

Fim do fator previdenciário – Uma das principais bandeiras da Marcha é a extinção do fator previdenciário – instrumento criado no governo FHC para arrochar a aposentadoria dos trabalhadores.

A reivindicação ganhou força após o IBGE divulgar pesquisa na última segunda-feira, que aumentou a expectativa de vida dos brasileiros em cinco anos, seis meses e 26 dias.

O resultado incidiu diretamente na tabela de cálculo da aposentadoria. Após o levantamento, aumentou em quatro meses o tempo de serviço necessário para o trabalhador receber a mesma quantia que ganharia até sexta-feira passada.

Para o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, o calculo é injusto por levar em consideração a expectativa de vida de quem nasce hoje e não a de quem está em condição de se aposentar atualmente. “Quando eu nasci, a expectativa de vida era muito menor do que hoje”, lembrou.

Desde que foi criado em 1999, o fator previdenciário só arrochou  o valor da aposentadoria. Há nove anos, um homem de 55 anos de idade e 35 de contribuição, com média salarial de R$ 1 mil, receberia R$ 840,88. Hoje, nas mesmas condições, o valor seria R$ 725,59. Isto é, 13,7% a menos.

Da Tribuna