Metalúrgicos do ABC e IG Metall trocam experiências sobre tecnologias na Mercedes

O CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Mercedes, em São Bernardo, recebeu nesta terça-feira, dia 12, na montadora a visita do dirigente do IG Metall, Maurício Niehaus, para tratar da ação sindical com a evolução da indústria 4.0.

O representante falou sobre a importância do intercâmbio dos sindicatos para trocar experiências sobre tecnologias.

Segundo o coordenador do CSE na fábrica, Amarildo Marques de Souza, quando o representante do IG Metall vem ao Brasil na expectativa de ver algo diferente, ele enxerga tudo o que já tem na Alemanha. “A realidade é praticamente a mesma. A Inteligência Artificial ainda não está colocada no processo produtivo aqui, mas acreditamos que será em breve. A empresa sempre vai querer fazer mais com menos, porém a gente vai debater até garantir todos os postos de trabalho e não precarizar as condições dentro da fábrica”.

Qualificação
Para Maurício Niehaus, a Mercedes no ABC é uma fábrica com alta tecnologia e alto nível de produção, como em grandes montadoras na Alemanha. “Aqui, inclusive, tem áreas mais modernas”, apontou. Sobre a proteção dos empregos, o alemão explicou que o IG Metall trabalha cada vez mais na qualificação dos trabalhadores. “Tentamos garantir a qualificação para o trabalhador ter mais conhecimento e para que se mantenha o nível de emprego, além de aumentar a qualidade do trabalho”, disse.

Crise do gás
O representante tratou de outros aspectos além da indústria 4.0 e da preocupação da perda de vagas de emprego. Mauricio lembrou ainda da crise do gás na Europa, que tem afetado a indústria na região, e também a guerra Ucrânia e Rússia.

“A questão do gás afeta a indústria alemã porque a energia está muito mais cara ante a guerra. Para o setor de fundição, é um grande problema, para autopeças também. Muitas fábricas estão pensando em reduzir o nível de produção e fazer partes dela em outros países onde a energia é mais barata. Uma solução pode ser a energia sustentável, como a eólica, pois é mais acessível hoje ao gás”.