Metalúrgicos do ABC integram carreata ao Santuário de Aparecida pelos empregos na Ford

Cerca de 300 carros saíram de Taubaté até a Basílica de Aparecida em ato de luta e fé contra a decisão da montadora de deixar o Brasil

Foto: Divulgação

Os Metalúrgicos do ABC participaram na última sexta-feira, 29, da carreata até a Basílica de Aparecida, organizada pelo Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região), em defesa dos empregos e contra o fechamento da Ford.

Os cerca de 300 carros com trabalhadores e seus familiares deixaram o estacionamento da Ford em Taubaté por volta de 9h e seguiram em comboio pela via Dutra. Muitos deles adesivados com o tema do movimento “lutar com fé eu vou”.

A carreata contou com acompanhamento da Polícia Rodoviária e aconteceu sem incidentes. Os veículos ocuparam a faixa da direita da rodovia para facilitar o tráfego local.

Foto: Divulgação

Durante a concentração em frente à montadora, representantes de vários sindicatos falaram sobre a importância do ato. O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, apontou a falta de política industrial do governo como culpada pela decisão da montadora.

“A primeira culpada dessa situação é a própria Ford que simplesmente abandona os trabalhadores que dedicaram anos à produção de lucro desta empresa. O segundo culpado é o governo, a falta de uma política industrial governamental que incentive o setor automobilístico e faça crescer esse setor para que ele retome patamares que já viu”.

Foto: Divulgação

Wagnão destacou que o governo federal tem obrigação de intervir com mais força e seriedade no assunto e também cobrou ações do governo estadual. “O governo do estado de São Paulo que nunca se preocupou com políticas de defesa do seu parque industrial, o maior deste país, tem a obrigação de intervir nessa situação”. 

O dirigente complementou lembrando que a Ford não é a primeira a anunciar saída do Brasil e que a situação tende a se agravar sem medidas econômicas para o setor.

“O governo federal precisa rever suas posições quando diz que não vai fazer política setorial, a Ford não é a primeira a anunciar sua saída do país e isso tende a aumentar. E não estou falando só do setor automobilístico, mas sim de todos que dependem de políticas para geração de empregos. É preciso aproveitar o momento para fazer este debate”.

Foto: Divulgação

Assembleia nesta segunda-feira

Na manhã desta segunda-feira (1º), os diretores Wellington Messias Damasceno e Carlos Caramelo participaram de assembleia em Taubaté demonstrando solidariedade e apoio à luta e à resistência dos trabalhadores.

“Essa luta é dos trabalhadores na Ford, mas também de todos trabalhadores neste país. O impacto do fechamento da montadora na cadeia automotiva é desastroso com um potencial de desemprego assustador, com efeitos diretos no setor de comércio e serviços. E deve-se cobrar os compromissos e responsabilidades assumidos pela empresa que participa de programas com incentivos federais e estaduais. A cobrança parte dos trabalhadores, mas precisa ser canalizada pelos entes políticos. Seguimos na luta!”, declarou Wellington.