Metalúrgicos do ABC irão às urnas para eleger CSEs

Democratizar, formar militantes e fazer com que a atu­al direção se reno­ve cada vez mais, não só com pesso­as, mas com ideias. A definição sobre a instauração do pro­cesso eleitoral dos representantes dos Comitês Sindicais de Empresa, os CSEs, é do secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.

“Os Comitês são o resultado de uma prática da categoria que começou nos anos 1980 com as comissões de fábri­ca”, explicou o diri­gente, convocando toda a base para a assembleia do próxi­mo domingo, às 10h, na Sede, para dar o pontapé inicial no processo.

Tribuna Metalúr­gica – Quantas em­presas possuem CSE?

Wagnão – Iniciamos com menos de 80 em­presas. A proposta da direção do Sindicato é que ultrapasse mais de 90 Comitês, em empresas, incluindo o Comitê Sindical dos aposentados.

TM – Qual é o nú­mero total de repre­sentantes na base?

Wagnão – 276 di­rigentes e a ideia é manter este número.

TM – Há em­presas com ou­tras formas de or­ganização e CSE?

Wagnão – Sim, a Volks, Ford, Merce­des, Scania, dentre outras, pois são fábri­cas da base que tradi­cionalmente tinham como organização no local de trabalho as Comissões. Outras tinham experiências com a CIPA, estrutu­ra que também aju­dou à transformação do CSE.

TM – Outros sindicatos adotaram o sistema de CSEs?

Wagnão – Sim. Nós fomos pioneiros nes­ta experiência em transformar a repre­sentação em orgâni­ca e compor com a direção do Sindicato. Alguns sindicatos, principalmente do ramo metalúrgico, gostaram da experi­ência e a adotaram também, em cidades do interior paulis­ta, como Sorocaba, Salto, Taubaté, Pin­damonhangaba e re­centemente Itu, por exemplo.

TM – Qual a di­ferença entre Comis­são de Fábrica e CSE?

Wagnão – A principal é que as Comissões não são orgânicas ao Sindicato, portanto não têm responsabi­lidade legal daquilo que se negocia com a empresa. Elas po­dem até participar da elaboração, mas não assinam acordos, nem tem a represen­tatividade legal de um CSE. Já os CSEs tem responsabilida­de legal.

TM – Qual a principal característica do CSE?

Wagnão – A demo­cratização da dire­ção. Isso promove a representação no local de trabalho e permite que o Sin­dicato abra espaço para novos quadros importantes e com condições de assu­mir a luta na fábrica. Assim, a renovação, que é um dos pro­blemas do movimen­to sindical, entre nós acontece facilmente.

Evitamos também o problema de alguns dirigentes se apoderarem do sindica­to que dirigem e o considerarem uma empresa, onde de­terminam quem fica e quem não fica na direção.

Os Metalúrgicos do ABC, até por conta deste processo de renovação com aproximada­mente 270 dirigentes, faz com que as pessoas não se acomodem nas cadeiras que ocupam.

Da Redação