Metalúrgicos do ABC param em defesa da vida e dos empregos
Trabalhadores paralisaram a produção por 100 minutos em homenagem às vítimas do coronavírus e para denunciar o descaso de Bolsonaro diante da pandemia
Os Metalúrgicos do ABC aderiram ao Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida e dos Empregos e realizaram paralisações em diversas fábricas da região na última sexta-feira, dia 7. O ato foi convocado pela CUT, demais centrais sindicais e pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, para marcar a semana em que o Brasil atingiu 100 mil mortos pela Covid-19. No dia das mobilizações, o número oficial era de 99.702 óbitos, nesta segunda-feira, já passavam de 101.136 as vítimas fatais.
As manifestações ocorreram nas montadoras Mercedes, Toyota e Scania e nas empresas Rassini e ZF, em São Bernardo. Em Diadema houve paralisações na Papaiz e na Metalpart. Os companheiros na Dura Automotive, em Rio Grande da Serra, também lembraram as vítimas e cobraram atitudes responsáveis do governo. Na cidade de Ribeirão Pires, a companheirada na Aperam representou o movimento.
“Desde o início dessa pandemia, o que vemos é um governo omisso em relação à manutenção dos empregos e à saúde da população, tanto que seguimos sem ministro da saúde. O trabalhador abriu o olho sobre a importância de adotar medidas de higiene e segurança, mas o governo Bolsonaro está cego, desdenhando de uma doença grave e por isso é responsável direto por boa parte das mortes causadas pelo vírus no Brasil. Atitudes com base nas recomendações da OMS foram tomadas por líderes em países onde a epidemia está sendo controlada, inclusive para manutenção dos empregos, mas por aqui seguimos desgovernados”, declarou o coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos.
O dirigente lembrou as muitas famílias que não puderam celebrar o Dia dos Pais do último domingo por terem perdido um ente querido. “Lamentamos todas as vidas perdidas, essa mobilização é também para mostrar nossa solidariedade a todos que perderam alguém. Não são números, são pessoas e todas elas importam. Esperamos não ser necessário fazer outro ato para marcar as 200 mil mortes”, concluiu.