Metalúrgicos do ABC participam da 9° plenária da FEM-CUT

Plenária propõe plano de lutas até o congresso em 2027. Pautas sobre diversidade de gênero, combate ao racismo e igualdade de oportunidades deram o tom do debate

Foto: Adonis Guerra

Com o desafio de renovar o plano de lutas e preparar a categoria até o congresso em 2027, os Metalúrgicos do ABC participam da 9ª Plenária Estatutária da FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos), que acontece até esta sexta-feira, 16, em Itanhaém, litoral paulista. O encontro reúne dirigentes dos 13 sindicatos filiados, entre delegados, delegadas, observadores e convidados especiais, em um ambiente de escuta, debate e construção coletiva.

Prevista no estatuto da entidade, a plenária avalia as deliberações do 9º Congresso da FEM-CUT/SP, realizado em 2023, e aponta os rumos da organização sindical diante das transformações políticas, econômicas e sociais que impactam diretamente a vida da classe trabalhadora. Na abertura da atividade, o presidente da Federação, Erick Silva, defendeu a necessidade de avançar para além do modelo sindical praticado nas últimas décadas.

“Estamos propondo uma transformação que chamamos de superar o modelo sindical que construímos ao longo de quase 50 anos. Um modelo baseado no novo sindicalismo, que teve papel fundamental na construção da CUT e em conquistas históricas da classe trabalhadora. Mas o mundo mudou, e precisamos dar um passo à frente”, afirmou.

Erick lembrou que o novo sindicalismo surgiu em um contexto de ditadura militar, inflação descontrolada e fome. “Foi nesse ambiente que organizamos as grandes greves de 1978 e construímos a CUT. Hoje, quase 50 anos depois, o cenário é outro. A FEM, que nasceu nesse percurso e completa 33 anos, também precisa se reinventar”.

Foto: Adonis Guerra

Em pauta

Entre os desafios apontados, estão a inclusão da juventude, o debate sobre religiosidade, a diversidade de gênero e sexualidade, o combate ao racismo e a luta por igualdade de oportunidades. O presidente destacou ainda o impacto do avanço tecnológico, tanto nas relações de trabalho quanto na comunicação, como questões centrais a serem enfrentadas.

“Nossa tarefa é garantir os direitos da companheirada diante desse novo cenário. Estamos trabalhando em grupos para aprofundar esse diagnóstico e vamos refletir sobre o futuro da FEM à luz dessas discussões”. Nesta sexta-feira, a programação inclui um ato público pela redução da jornada de trabalho, com panfletagem e presença da comunidade local. Também estão previstas a recomposição da direção da FEM, a atualização do plano de lutas com base nos debates da plenária e a entrega de uma carta ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante manifestação conjunta pela redução da jornada sem redução de salário.

Vozes da base

O secretário-geral da FEM-CUT/SP, Max Pinho, também destacou a relevância do encontro e a importância de sistematizar as contribuições das bases. “As intervenções das companheiras e companheiros são bastante pertinentes e contribuem de maneira significativa para essa plenária. Temos pautas novas, que precisam ser debatidas e assumidas pelo movimento sindical, e outras que já fazem parte da nossa realidade e precisam, de fato, ser colocadas em prática”.