Metalúrgicos do ABC participam de ato em defesa da soberania nacional

Protesto organizado pela CUT e outras centrais sindicais foi realizado em frente ao consulado dos EUA, em Santo Amaro

Foto: Adonis Guerra

Na última sexta-feira, 1º, trabalhadores e trabalhadoras saíram às ruas em diversas cidades do país para protestar contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e as recorrentes tentativas de interferência do presidente Donald Trump nas decisões do Judiciário brasileiro.

Organizado pela CUT, outras centrais sindicais e movimentos das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o ato contou com apoio da AFL-CIO, maior central sindical dos EUA. A manifestação principal ocorreu em São Paulo, em frente ao consulado norte-americano, no bairro de Santo Amaro, reunindo centenas de dirigentes sindicais, integrantes de partidos progressistas, movimentos sociais e estudantis.

O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Claudionor Vieira, criticou duramente a postura de Trump. “A forma como o governo norte-americano tratou o Brasil é totalmente fora dos padrões diplomáticos. Trump alega um déficit comercial que, na verdade, é do Brasil com os EUA, não o contrário”.

Claudionor também condenou a tentativa de usar o processo judicial contra o ex-presidente brasileiro como justificativa para retaliações. “É totalmente descabido usar como moeda de troca ou como argumento o processo judicial contra Bolsonaro, sendo que ele está sendo conduzido pelo Supremo Tribunal Federal, um poder independente”.

Por fim, o dirigente defendeu a necessidade e organização e mobilização popular. “O povo precisa ir às ruas para defender a soberania nacional e a independência dos poderes. Temos que nos orgulhar de ter um presidente como Lula, que não bate continência para a bandeira americana, ao contrário do governador de São Paulo e de líderes extrema direita, que se comportam como capachos do governo norte-americano”.

Tarifa entra em vigor

Segundo o governo federal, o tarifaço que entra hoje em vigor afetará cerca de 35,9% das exportações brasileiras aos EUA, o que representa US$ 14,5 bilhões em vendas. Outros 44,6% dos produtos ficarão de fora da nova taxação.