Metalúrgicos do ABC participam de Ato pela Terra em Brasília
Artistas e ambientalistas se reuniram com o presidente do Senado e com ministros do STF para tentar barrar a aprovação de projetos de lei que compõem o ‘Pacote da destruição’. Show reuniu milhares de pessoas em frente ao Congresso
A direção do Sindicato participou do ‘Ato Pela Terra, Contra o Pacote da Destruição’ na tarde de quarta-feira, 9, em Brasília. Promovido pelo cantor Caetano Veloso, por movimentos sociais e sindicais, entre eles, CUT, MST e MTST, o ato é contra a aprovação do ‘pacote da destruição’, que favorece a grilagem de terras, liberação de agrotóxicos, além da anulação do licenciamento ambiental e do reconhecimento de terras indígenas.
O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, que participou da atividade destacou que o tema meio ambiente é mobilizador e que o Sindicato sempre estará presente nessas lutas. “São temas com os quais o Sindicato deve se preocupar porque envolve a sociedade como um todo. Nosso Sindicato é cidadão e não defende só salário, em todas as lutas pela preservação do planeta e pela questão indígena, estaremos juntos”.
Na ocasião, Moisés e o vice-presidente, Carlos Caramelo, também se reuniram com o deputado Reginaldo Lopes, líder da bancada do PT na Câmara, para debater a situação econômica do Brasil e questões como geração de emprego, desenvolvimento industrial e saídas para a crise.
Audiência no Senado
Artistas, ambientalistas e representantes de organizações sociais participaram de uma audiência pública no Senado com o presidente da casa, Rodrigo Pacheco, e com ministros do STF para debater a tramitação dos quatro projetos de lei que compõem o “pacote da destruição”. Caetano Veloso, afirmou que o atual momento do Brasil é o mais difícil para o meio ambiente, e que o Senado precisa frear esse retrocesso.
“O Brasil vive hoje sua maior encruzilhada ambiental desde a redemocratização. O desmatamento na Amazônia saiu do controle, a violência contra os indígenas e outros povos tradicionais aumentou, e as proteções sociais e ambientais construídas nos últimos 40 anos vêm sendo solapadas. O Senado tem o poder e a responsabilidade de impedir mudanças legislativas irreversíveis que cedendo a interesses localizados empurram uma conta imensa à sociedade e comprometem o futuro do país”.
Ato
No fim da tarde, um grande show foi realizado em frente ao Congresso Nacional, no qual artistas e ativistas fizeram discursos, entre eles Maria Gadú, Seu Jorge, Nando Reis, Criolo, Daniela Mercury, Emicida, Bela Gil, Cristiane Torloni, Letícia Sabatella, Alexandra Negrini, Lázaro Ramos, Malu Mader, entre outros.
Mineração em terras indígenas
Ainda ontem a Câmara dos Deputados aprovou, por 279 a favor, 180 contrários e três abstenções, um requerimento de urgência para o Projeto de Lei (PL) 191/2020, que autoriza a mineração em terras indígenas. O texto, criticado pelo grupo que promoveu o ato, deve agora ser levado à votação.
O PL chamado de “vergonha” pela oposição, seja por permitir a degradação de áreas preservadas, seja por desrespeitar as áreas reservadas às terras indígenas.