Metalúrgicos do ABC participam de intercâmbio sindical na Alemanha
(Fotos: Shayane Servilha/CNM-CUT)
Cerca de 80 metalúrgicos do Brasil e da Alemanha discutem hoje a indústria automobilística mundial e os mecanismos de proteção ao emprego no segundo dia da “4ª Conferência Expressões da Globalização – Juntos Pensando o Futuro”, em Frankfurt, na Alemanha. O encontro termina amanhã na sede do IG Metall, o sindicato nacional dos metalúrgicos da Alemanha, que representa 2,3 milhões de trabalhadores.
A comitiva brasileira é composta por 34 metalúrgicos da CUT, sendo oito dirigentes do ABC, com o objetivo de realizar o intercâmbio sindical com troca de experiências e de organização dos trabalhadores.
O diretor de Comunicação do Sindicato e secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Valter Sanches, ressaltou a importância da atuação conjunta entre os trabalhadores.
“É fundamental fortalecer as relações sindicais entre Brasil e Alemanha para enfrentar a atual conjuntura e evitar retrocessos nos direitos dos trabalhadores e de toda a sociedade”, afirmou.
O diretor explicou que todos os custos da viagem são financiados pela Fundação Hans Böckler, que investe em programas educacionais para trabalhadores e em pesquisas para subsidiar a atividade sindical. “A Fundação é mantida pela doação de 100% dos bônus recebidos por representantes de trabalhadores nos Conselhos de Administração das empresas alemãs”, contou.
A comitiva está na Alemanha desde segunda-feira, dia 20, quando começaram as atividades preparatórias para a Conferência com palestra sobre o sistema sindical alemão.
“O intercâmbio é muito importante para olhar o mundo de forma mais ampla, buscando trocar experiências e sabedoria. As empresas estão espalhadas pelo mundo e temos que defender condições de trabalho e de respeito aos trabalhadores, sindicatos e à liberdade sindical”, ressaltou o coordenador do SUR na Ford, Adalto Oliveira, o Sapinho.
“Viemos conhecer o modelo de organização alemão para tentar absorver o que puder e, assim, fortalecer a nossa luta no Brasil”, continuou.
Na terça, dia 21, a comitiva visitou a autopeças Norma Group para conhecer a organização sindical na empresa e a realidade dos trabalhadores no chão de fábrica.
Para a representante do CSE na Scania, Leila Nascimento, o intercâmbio fortalece os sindicatos no mundo. “É preciso conhecer a realidade, a conjuntura política e como isso nos afeta para poder defender a classe trabalhadora”, disse.
A atividade é uma realização da Fundação Hans Böckler e da CNM-CUT, em conjunto com o Instituto Integrar e o IG Metall. O projeto teve início em 2009, com uma conferência no Brasil.
Em 2012, foi a vez dos brasileiros irem à Alemanha. Já a 3º Conferência aconteceu novamente no Brasil, em novembro de 2014.
Da Redação