Metalúrgicos do ABC participam do ato pela redução da taxa básica de juros
Em ato ontem na Avenida Paulista, Sindicato, CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais pediram a retomada do crescimento econômico e dos empregos
Enquanto o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reunia pela segunda vez este ano para definir a taxa Selic, que hoje é de 13,75% – patamar em vigor desde agosto de 2022 –, os Metalúrgicos do ABC, junto a CUT (Central Única dos Trabalhadores), demais centrais e movimentos sociais estiveram na Avenida Paulista, em São Paulo, para ato pela redução da taxa básica de juros.
O diretor executivo do Sindicato e presidente da IndustriALL-Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, explicou que é de fundamental importância a classe trabalhadora lutar pela queda de juros no Brasil para, de fato, retomar o crescimento econômico.
“Com a redução da taxa de juros é possível baratear o crédito estimulando o consumo junto a população, pois com os juros altos o crédito some e os financiamentos ficam mais caros. Isso serve também para o setor empresarial, pois o financiamento e a tomada de créditos ficam mais elevados, o que afasta e impede investimentos no Brasil”, disse.
O dirigente lembrou que o único beneficiário com os juros altos é a especulação financeira, são os bancos que ganham dos títulos públicos. “Para se ter ideia, 1% na taxa de juros representa o governo pagar à especulação financeira R$ 38 bilhões. Então, 3% da taxa de juros é um Bolsa Família ao ano. Nós temos que lutar, estarmos firmes e colocar a redução da taxa de juros como uma das nossas principais bandeiras em 2023 para a retomada da economia e dos empregos”.
Reivindicação
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, ressaltou que um dos objetivos dos trabalhadores que batalharam para eleger Lula é a imediata mudança nos rumos da política monetária implementada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A atual política de juros altos privilegia apenas os mais ricos.
“Campos Neto é um sabotador do nosso país. Por isso, nós queremos dar o recado aqui: esses caras que estão reunidos nesse conselho monetário [Copom], dizem que são independentes, mas eles foram capturados pelo sistema financeiro”, disse. “É tudo banqueiro e nós queremos fazer parte desse conselho junto ao povo que produz. Não podem ser apenas banqueiros mexendo na taxa de juros”, acrescentou.
Na pauta do ato, as entidades também destacaram serem a favor da democratização do CARF (Conselho de Administração dos Recursos Fiscais), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda e responsável por julgar os processos administrativos referentes a impostos, tributos e contribuições, inclusive da área aduaneira (importação e exportação).
“O Conselho é composto por 180 conselheiros. A metade é de representantes dos contribuintes [empresas e trabalhadores] e a outra parte de técnicos do Ministério da Fazenda. Só que a proporção é desigual. Dos 90 membros que representam os contribuintes, apenas seis são conselheiros indicados pelas centrais sindicais. É preciso rever isso”, afirmou Nobre.