Metalúrgicos do ABC publicam nota técnica sobre missão à China na 29ª Carta de Conjuntura da USCS
Iniciativa integra ações de desdobramento da visita dos dirigentes sindicais ao país asiático
Os Metalúrgicos do ABC ampliaram o debate sobre a missão China em encontro com pesquisadores na sexta-feira, 25, no campus da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul). Durante o evento, o diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, e o coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, apresentaram informações sobre a nota técnica da viagem publicada em 21 de outubro na 29ª Carta de Conjuntura da instituição de ensino.
Com o título ‘Relato da missão do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC à China: os desafios da neoindustrialização no Brasil’, o artigo explica a viagem da delegação formada por diretores sindicais e assessores dos Metalúrgicos do ABC ao país asiático em março deste ano. O documento é uma publicação trimestral submetida ao CONJUSCS (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS), elaborado pela equipe permanente do Observatório e por convidados.
“Temos vivido um momento de retomada de políticas industriais no país. Com base nisso, estamos verificando as possibilidades de neoindustrialização para a região do ABC. O Sindicato está analisando quais práticas poderiam ser incorporadas no Brasil”, destacou Wellington.
“Sabemos que a China, do ponto de vista tecnológico, tem um avanço superior ao dos americanos e europeus, práticas já conhecidas por nós. Por isso, houve a necessidade desta imersão. Precisamos ter uma parceria estratégica com os chineses, não podemos apenas vender commodities e receber produtos manufaturados”, prosseguiu.
Relações diplomáticas
Em agosto, o Sindicato celebrou na Sede os 50 anos das relações diplomáticas Brasil-China com a participação do embaixador chinês Zhu Qingqiao, trabalhadores, representantes do poder público, empresas chinesas e brasileiras e convidados. O evento faz parte dos esforços do Sindicato e trouxe oportunidades para a categoria conhecer um pouco mais sobre os chineses, ouvir o que têm a dizer e possibilidades de negócios entre os dois países.
“Essas ações e debates sobre a missão buscam envolver outros setores, como academia e poder público. Quando publicamos o artigo, queremos dar maior visibilidade a essas ações e chamar mais gente para articular, sobretudo, a reindustrialização, a requalificação profissional e a busca por oportunidades de instalações de novas empresas na nossa região”, destacou Wellington.
Experiências
Em visita às cidades de Beijing, Baoding, Zhengzhou, Jiangsu, Shanghai, Suzhou e Ningde (Fuzhou), a missão teve o objetivo de conhecer montadoras de veículos leves e pesados elétricos, fabricantes de baterias e semicondutores e empresas de tecnologia. Também foi realizada apresentação sobre o Grande ABC, berço do setor automotivo no país, e o papel do Sindicato de propor políticas de reindustrialização, diálogos com empresas interessadas em vir para a região a fim de retomar seu protagonismo produtivo.
“Nós conseguimos avançar a relação com a academia na pauta das políticas industriais e tecnologia. Além do movimento sindical, esta é uma cultura que também precisa ser fomentada pelas esferas governamentais e representações empresariais. A exemplo do que vimos na China, o debate entre essas quatro instâncias é fundamental para o futuro dos trabalhadores”, apontou Marquinhos, que também é o diretor responsável pela Escola de Formação Integral ‘Dona Lindu’, na Regional de Diadema do Sindicato.
Confira o conteúdo na íntegra da missão China na 29ª Carta de Conjuntura da USCS.