Metalúrgicos do ABC se solidarizam à luta dos trabalhadores na Nissan pela sindicalização

Foto: Divulgação UAW

Em mais uma prática antissindi­cal, a Nissan ameaçou fechar a fábri­ca em Canton, nos Estados Unidos, depois que os trabalhadores, com assessoria do United Auto Workers, UAW, sindicato dos trabalhadores na indústria automotiva do país, entra­ram com um pedido de plebiscito, no Conselho Nacional de Relações Trabalhistas estadunidense, para decidirem sobre o direito à sindi­calização.

A solicitação ao Conselho é para que os trabalhadores se manifestem, por meio de voto, nos próximos dias 31 e 1º de agosto, mas a data pode ser alterada.

Em nota, o presidente do Sindi­cato, Wagner Santana, o Wagnão, manifestou apoio à luta legítima dos companheiros. “A prática da empresa, de pressionar os trabalha­dores de todas as formas para que eles não exerçam seu livre direito de sindicalização, é uma agressão e uma afronta à democracia, à cidadania e aos direitos consagrados na Orga­nização Internacional do Trabalho”.

A planta de Canton junto a outras duas no Tennessee são as únicas da Nissan, nos Estados Unidos, onde não há representação sindical.

“Daqui do Brasil, temos acom­panhado todos os passos dessa luta e continuaremos fazendo o pos­sível para ajudar, dando suporte e divulgando as ações da campanha. Sabemos que, apesar das diferenças regionais, a luta por direitos é a mesma em todo o mundo”, reforçou.

Histórico da prática antissindical

Em 2015, o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas protoco­lou uma denúncia contra a Nissan e a Kelly Services, agência de tem­porários, por “restringir e coagir trabalhadores no exercício de seus direitos”.

Além da denúncia do Conselho, a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos Estados Unidos já fez várias intimações contra a em­presa por violações de leis federais de segurança e saúde.

As mais recentes, de fevereiro de 2017, consideraram que a empresa “não fornece trabalho ou local de trabalho livre de riscos reconhecidos, que causam ou são propensos a cau­sar morte ou graves danos físicos”.

Da Redação.