Metalúrgicos do ABC – Vem aí a nossa tevê!

Após mais de 20 anos de luta do Sindicato, irá ao ar pelo canal 46 UHF a Rede TVT, primeira emissora de televisão do Brasil inteiramente dos trabalhadores.

Vem aí a tevê dos metalúrgicos do ABC

A categoria dará mais um passo histórico no mês que vem quando o Sindicato colocará no ar a Rede TVT, a primeira emissora de televisão brasileira inteiramente dos trabalhadores “Realizaremos um sonho”, comemora Valter Sanches, diretor de Comunicação do Sindicato. “Foi uma luta de mais de duas décadas”, recorda.
A montagem do canal obedece a determinação de congressos da categoria. Há muito tempo os trabalhadores na base decidiram entrar na disputa por uma concessão de tevê e ocupar espaço na luta pela democratização dos meios de comunicação.
O primeiro pedido aconteceu em 1987. Lula, na época deputado federal, e Vicentinho, presidente do Sindicato, entregaram esse pedido a Antonio Carlos Magalhães, ministro da Comunicações do governo Sarney.
“Ele disse que via o pedido com simpatia, mas nunca deu resposta”, conta Vicentinho. A concessão só saiu 20 anos depois, já no governo Lula.

Voz para o trabalhador

A Rede TVT será educativa e deverá ser sintonizada no canal 46 UHF. Em um primeiro momento levará ao ar uma hora e meia de programação própria diária. O restante do tempo será ocupado com retransmissões da TV Brasil e de especiais das tevês Câmara e Senado.
“Nosso diferencial é garantir vez e voz aos trabalhadores e aos movimentos sociais marginalizados pelas grandes emissoras”, explica Sanches. “Tanto que nosso eslogam será TVT, a teve que te vê”.

Poucos controlam o setor

A Rede TVT será uma experiência única por tratar-se do primeiro canal de televisão no Brasil dirigido apenas por trabalhadores.
Isto acontece porque o sistema de televisão no País é controlado por cinco grandes emissoras nacionais e suas quase mil repetidoras espalhadas em todo o território nacional que estão nas mãos de grupos políticos locais.
Junto com três grandes jornais, eles são responsáveis por praticamente tudo o que os brasileiros veem, leem e ouvem e não possuem qualquer interesse em permitir que os trabalhadores façam parte do grupo.