Metalúrgicos encerram greve que durou 7 dias no Espírito Santo
Proposta patronal é aceita pelos trabalhadores metalúrgicos capixabas na Vale, ArcelorMittal Tubarão e Petrobras até que se julgue o dissídio coletivo
As assembléias realizadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal-ES), na manhã desta quinta-feira (04), com os trabalhadores do setor metalmecânico e terceirizados dos complexos industriais da Vale, ArcelorMittal Tubarão e Petrobras (Linhares), aceitaram a proposta patronal e retornaram ao trabalho, depois de sete dias de greve. Os trabalhadores decidiram também esperar trabalhando pelo julgamento do dissídio.
A proposta aceita pelos trabalhadores e garantida pelo presidente do Sindifer, Manuel Pimenta, consiste em pagamento retroativo a 1º de novembro do reajuste salarial de 7,26%, correspondente ao INPC (inflação do período). É uma antecipação até que se julgue o dissídio coletivo; Abono dos todos os dias parados, desde o dia 21/11, quando se iniciou a greve; As empresas não podem descontar horas ou reflexos sobre outros direitos, como por exemplo, o descanso semanal remunerado, até o dia 04/12, quando cessou o movimento paredista; a audiência de conciliação do dissídio coletivo acontecerá na próxima terça-feira (9), às 11 horas, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), localizado no centro de Vitória, na Rua Pietrângelo de Biase, em frente à Delegacia da Receita Federal. Os metalúrgicos farão uma vigília em frente ao Tribunal.
O acordo feito com o Sindimetal, para o encerramento da greve, abrange todos os trabalhadores das indústrias metalúrgicas e de material elétrico do Espírito Santo, entre eles, os operários contratados (terceirizados) de todos os complexos industriais – Vale, ArcelorMittal, Samarco, Aracruz Celulose e Petrobrás, totalizando cerca de 25 mil empregados em todo o Estado.
O retorno
Na Vale, em Vitória, e na União Metalúrgica, que opera no pólo industrial da Petrobrás, na localidade de Cacimbas, Linhares, os metalúrgicos retornaram hoje, quinta-feira. Na ArcelorMittal a volta ao trabalho será feita amanhã, sexta-feira (5).
Empresas oferecem 10%
Durante a greve, cerca de 10 empresas – terceirizadas da ArcelorMittal Tubarão (CST) e Vale -procuraram o Sindimetal propondo reajustes salariais de até 10%, bem acima do que ofereceu o Sindifer. Vários acordos foram assinados e nestas empresas haverá antecipação da reposição do índice de inflação de 7,26%, mais 2,56% de aumento real. Esses acordos serão apresentados na audiência do dissídio, pois demonstra que há como avançar nas reivindicações dos trabalhadores, principalmente na definição dos pisos e funções por obra contratada.
A greve dos metalúrgicos, que começou a na quinta-feira (21), foi suspensa por três dias (22, 23, 24/11) devido às negociações na SRTE. Sem acordo, a greve recomeçou na quinta-feira (28), e seguiu-se até o dia 04 de dezembro. Envolveu mais de 10 mil metalúrgicos, operários terceirizados dos complexos industriais da Vale, Patrobrás e ArcelorMittal Tubarão. A data base, que é 1º de novembro, está garantida até que o dissídio seja julgado. Com isso, os empresários não podem retirar nenhuma das garantias e benefícios dos mais de 25 mil trabalhadores abrangidos pela Convenção Coletiva de Trabalho, assinada em novembro do ano passado, mas que ainda está em vigor.
Do Sindimetal-ES