Metalúrgicos exigem participar de programa do governo
Documento conjunto assinado por representantes de três centrais sindicais propõe criar um fórum de negociação tripartite permanente, com participação de governo, trabalhadores e empresários
Documento foi assinado por Marcelino da Rocha, da Fitmetal; Mônica Veloso, da CNTM; e Paulo Cayres, da CNM.
Foto: Raquel Camargo / SMABC
Os trabalhadores querem participar da elaboração do Programa de Desenvolvimento da Competitividade (PDC), que o governo federal deve anunciar no início de agosto.
Documento conjunto assinado nesta segunda-feira (25) por representantes de três centrais sindicais propõe criar um fórum de negociação tripartite permanente (trabalhadores, governo e empresários), com o objetivo de formular propostas para o fortalecimento do emprego, da indústria e do desenvolvimento econômico e social do País dentro do PDC.
O texto será encaminhado à presidenta Dilma Rousseff, com a assinatura da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT, Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) da Força Sindical e Federação Interestadual dos Metalúrgicos (Fitmetal) da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
“O PDC é uma política industrial e os trabalhadores são indispensáveis na elaboração de um plano desses”, defendeu Paulo Cayres, o Paulão presidente da CNM e membro do CSE na Ford.
“Acreditamos que o governo está aberto ao diálogo e queremos ser chamados para opinar antes do programa ser anunciado. Caso contrário, vamos nos apresentar”, afirmou.
O temor dos dirigentes é que o PDC não resolva problemas já apresentados pelos trabalhadores, como o risco da desindustrialização pela crescente substituição da produção nacional por importados.
“Um programa sem nossa participação e a dos empresários não vai resolver nossos problemas”, considerou Mônica Veloso, presidenta da CNTM.
Já o presidente da Fitmetal-CTB, Marcelino da Rocha, afirmou que o objetivo das centrais é que a indústria nacional volte a ter a mesma participação no Produto Interno Brasileiro (PIB) que há 30 anos.
“Construirmos um parque industrial que participava com 27% do total das riquezas do País. Hoje, sua produção não passa de 15%”, comparou.
O que os trabalhadores querem
O documento é assinado por confederações de metalúrgicos, mas seus dirigentes consideram que ele vale para todos os setores industriais. Segundo o texto, a política industrial em discussão no governo deve:
1 – Contar com a participação dos trabalhadores em sua execução.
2 – Promover e ampliar o emprego bem remunerado e com qualidade.
3 – Defender, estimular e valorizar a produção nacional.
4 – Fortalecer e consolidar uma indústria moderna e de qualidade.
Da Redação