Metalúrgicos exigem redução de juros

Manter a taxa nos atuais 16,5% é condenar a mais tempo de paralisação a economia. A decisão do Banco Central será conhecida hoje.

>> Sindicato insiste na queda

Os metalúrgicos do ABC já têm uma posição definida sobre a reunião do Banco Central (BC) que hoje vai definir a taxa básica de juros. O Sindicato espera que o BC retome a queda dos juros para que o crescimento da economia continue acontecendo e que seja mais lucrativo investir na produção que no mercado financeiro, pois é desta forma que se cria emprego.

A preocupação se justifica porque as decisões do BC tem repercussões no nível da atividade econômica e, principalmente, no mercado de trabalho. Infelizmente, tudo indica que o banco manterá as taxas de juros nos níveis atuais de 16,5% ao ano.

Essa decisão tem importância vital na economia pois todas as taxas de juros cobradas pelo mercado financeiro tem a taxa básica como base. Assim, se ela aumenta, o cheque especial, os juros bancários, os empréstimos etc. sobem na mesma proporção. Resultado: em vez de investir na produção, como quer o Sindicato, quem tem dinheiro joga na Bolsa de Valores.

>> Modelo neoliberal

Esse modelo começou em 1999, quando o Banco Central recebeu, via decreto de FHC, a missão de combater a inflação mediante a utilização do “modelo de metas”.

Na prática, isso significa que só ao BC compete combater a inflação. Para fazer isso, ele usa a taxa de juros.

Como consequência, toda inflação é tratada via elevação ou manutenção da taxa de juros em níveis estratosféricos.

O Banco Central, na maioria das democracias dos países desenvolvidos, tem a missão dupla de preservar o valor da moeda e garantir dinheiro para um nível adequado de atividade econômica e do emprego.

É esta, por exemplo, a missão que o FED, o banco central norte-americano, cumpre.

No caso brasileiro, enquanto economistas e políticos discutem se o Banco Central é independente ou não, a autonomia efetiva foi-lhe conferida pelo decreto de FHC.

O presidente anterior seguiu ordens do neoliberalismo e deixou à margem o Congresso Nacional e a opinião pública.