Metalúrgicos levam pauta a Brasília

Terça e quarta-feira da semana que vem, metalúrgicos de todo o País fazem manifestações na capital federal.

Entre os dias 13 e 15 de
agosto da semana que vem,
caravanas de metalúrgicos de
todos os pontos do Brasil
chegarão em peso na capital
do País. Eles vão montar um
acampamento e organizar
manifestações em defesa do
Contrato Coletivo Nacional
de Trabalho, redução da jornada,
fim do fator previdenciário,
ratificação do artigo
158 da OIT (que impede a
demissão imotivada) e contra
o interdito proibitório
(usado pelos patrões para
atacar o direito de organização
dos trabalhadores).

O movimento, organizado
pela Confederação Nacional
dos Metalúrgicos da
CUT (CNM-CUT), realizará
passeatas pela Esplanada dos
Ministérios; caminhada até a
sede da Confederação Nacional
da Indústria; marcha
ao Ministério do Trabalho; e
visitas ao Tribunal Superior
do Trabalho, Organização
Internacional do Trabalho e
Senado Federal.

O ponto alto das atividades
acontece dia 14, às
17h, quando ocorre assembléia
nacional dos metalúrgicos
na tenda que a
CNM-CUT vai levantar em
Brasília.

No dia 15, os metalúrgicos
se juntam com outras
categorias para manifestações
do Dia Nacional de Lutas
da CUT.

Contra a rotatividade
de mão-de-obra

O secretário-geral da
CNM-CUT, Valter Sanches,
explica que uma das principais
bandeiras dessa jornada
será a defesa da ratificação
do artigo 158 da Organização
Internacional do Trabalho
(OIT). A proposta já
foi aprovada pelo governo
brasileiro e só falta ser assinada
pelo presidente Lula e
encaminhada ao Congresso
Nacional para votação.

Se aprovada por deputados
e senadores, ficará
proibida a demissão imotivada
no País. Assim, terminará
a mamata dos empresários
botarem gente na rua alegando que a empresa
atravessa alguma dificuldade
e depois contratar esse
mesmo pessoal por um salário
muito menor.

“Isto provoca uma
imensa rotatividade de
mão-de-obra e faz com que
o piso da categoria seja sempre
achatado”, explica
Sanchez. Como exemplo,
conta que em 2006, no Rio
Grande do Sul, 56 mil
metalúrgicos foram contratados
e 50 mil demitidos.
“O reajuste médio real da
categoria chegou a 7%, mas
a massa salarial subiu só
5%”, destacou o dirigente.