Metalúrgicos no Paraná fazem protesto contra demissão de sindicalistas
Na manhã da quarta-feira (24), o Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa (PR) realizou um protesto em frente ao portão da Hübner Fundição contra a demissão arbitrária de três dirigentes sindicais. A CNM/CUT está no Paraná prestando apoio ao sindicato e aos companheiros demitidos
A Hübner Fundição tem 400 trabalhadores e, na última segunda-feira, demitiu três trabalhadores que fazem parte da direção do Sindicato dos Metalúrgicos. Segundo a empresa, o motivo das demissões foi a contenção de gastos devido a atual situação financeira da empresa.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa, Mauro Cesar Carvalho Pereira, o motivo das dispensas foi uma retaliação contra as ações do sindicato depois da paralisação de oito dias, ocorrida em junho, que resultou no pagamento de R$ 1,5 mil para cada trabalhador, como abono do programa de participação nos lucros e resultados apresentados neste ano.
Para Mauro Cesar, a empresa cometeu um ato ilegal. “Estes trabalhadores têm garantido pela CLT a estabilidade do emprego. Além deste protesto, o sindicato decidiu não homologar as rescisões e ainda denunciou o caso ao Ministério Público do Trabalho e à Organização Internacional do Trabalho – OIT”, afirmou.
CNM/CUT intervem em defesa dos dirigentes sindicais
O secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, João Cayres, falou aos companheiros presentes na manifestação que quando soube do ocorrido, imediatamente entrou em contato com a empresa na tentativa de abrir um canal de negociação para suspender as demissões. “Infelizmente a empresa não quis negociar, alegando problemas de ajuste na mão de obra”, constatou.
Na opinião de Cayes, de fato houve uma retaliação aos sindicalistas. “Foram três demissões direcionadas, ou seja, não justificando o tal ajuste”. O secretário-geral da CNM/CUT disse ainda que permaneceria o dia todo em Ponta Grossa à disposição para dar início a uma negociação. “Ficou decidido que caso a empresa não se pronuncie, ações de repúdio serão realizadas nas empresas clientes da Hübner, como MWM, em Canoas-RS e a Mercedes, em São Bernardo do Campo-SP.”
Também prestaram apoio ao protesto o Sindicato dos Servidores Municipais de Castro; Sindicato dos Trabalhadores da Carne de Ponta Grossa; Sintac de Carambeí; Sindicato dos Trabalhadores em Madeireiras de Ponta Grossa e Sindicato dos Vigilantes de Ponta Grossa e Região.
O evento contou também com apoio dos Metalúrgicos de Curitiba – filiados à Força Sindical. A direção do STIM de Curitiba demonstrou preocupação, pois há filial da Hübner na capital paranaense e, para o vice-presidente, Nelsão, “se a moda pega vão querer fazer o mesmo na nossa cidade”.
Da CNM/CUT