Metalúrgicos param produção da Mercedes-Benz em São Bernardo
Nesta quinta-feira (4), Volkswagen, Ford e Scania fazem assembléias para definir protestos
Mais de 3 mil trabalhadores do turno da tarde da Mercedes decidiram, em assembléia, não entrar na empresa; nesta quinta-feira (4), metalúrgicos
têm rodada de negociação salarial com o sindicato das montadoras
Mais de 150 veículos (caminhões e ônibus) deixarão de ser produzidos hoje na Mercedes-Benz de São Bernardo. Os 3 mil trabalhadores do turno da tarde da montadora decidiram ontem, em assembléia, não entrar na fábrica. A paralisação é um protesto contra o índice de 1,25% de aumento real no salário proposto pelo Sinfavea (Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Nesta quinta-feira, a partir das 14h, acontece mais uma rodada de negociação entre o Sinfavea e os Metalúrgicos, na sede do sindicato das montadoras, em São Paulo. No próximo sábado, às 10h, tem assembléia geral da categoria em Frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (rua João Basso, 231, Centro, SBC), para discutir os resultados da reunião de sábado.
Até lá, a categoria segue mobilizada e pressionando com assembléias, atos de protesto e paralisação da produção. Nesta quinta-feira (4), a partir das 5h, acontecem assembléias nas portarias da Volkswagen, Ford e Scania para decidir como os trabalhadores dessas fábricas vão se manifestar contra o descaso das montadoras.
Na Mercedes, os trabalhadores também decidiram parar no próximo sábado (6) e domingo (7) – turnos negociados para hora extra. Nove mil metalúrgicos deixarão de trabalhar e cerca de 400 veículos não serão produzidos por conta da paralisação. “Enquanto estivemos em negociação não haverá horas extras na fábrica. Não terá jornada no sábado e domingo”, afirmou o coordenador do Comitê de Fábrica da Mercedes, Aroaldo Oliveira.
SILÊNCIO NA FÁBRICA
“Os diretores da empresa não estão conseguindo raciocinar com todo esse barulho de máquinas trabalhando dentro da fábrica. Vamos parar as máquinas e fazer silêncio para que eles possam refletir um pouco sobre o reajuste salarial e o que uma empresa tem de mais importante, vocês, os trabalhadores”, convocou o diretor da Executiva do Sindicato e coordenador da Regional São Bernardo, Moisés Selerges Jr., também funcionário da Mercedes, durante a assembléia de ontem.
Moisés Selerges e Aroaldo Oliveira lembraram aos trabalhadores que o País está crescendo, a produção e venda de veículos batem recordes históricos, então, “é justo que o salário e poder de compra dos metalúrgicos também cresça”. Por unanimidade, os trabalhadores concordaram com os dois dirigentes e voltaram aos ônibus de onde haviam acabado de descer, mas só que de volta para casa.
O secretário-geral da Executiva do Sindicato, Wagner Firmino Santana, destaca que as paralisações são forma legítima de a categoria pressionar os patrões. “É aquela velha história: quando (a economia) está ruim tem que economizar e não dar aumento porque está ruim, e quando está boa, como agora, tem que economizar para poupar. Nós (a categoria) acabamos sendo os mais prejudicados nessa história. Não permitimos que isso acontecesse no passado, quando a situação era de desemprego e economia em baixa, não permitiremos agora, que o Brasil vive um excelente momento”, garantiu o dirigente
AGENDA QUINTA-FEIRA (4 de setembro)
5h – Assembléias nas portarias da Volkswagen, Ford e Scania (São Bernardo)
14h – Reunião no Sinfavea (São Paulo)