Metanol na bebida

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Já se passaram três semanas da atual crise de intoxicação por metanol em bebidas destiladas e São Paulo lidera os casos no país. No total, são 213 notificações e 32 confirmados.

As bebidas mais citadas são vodca, whisky, gin e os drinks feitos com elas. Cerveja, chopp e vinho parecem menos vulneráveis por causa do modo de fabricação, só a cerveja em lata seria realmente segura. O problema é fraude. Gangues pegam garrafas no lixo e reenvasam, e para “caprichar” na limpeza usam metanol. É crime e doloso.

O que você precisa saber:

1. Não dá para diferenciar metanol de etanol só olhando ou provando.

2. Há um teste desenvolvido por uma química brasileira, mas ainda não está à venda; existe também um teste para detectar metanol em combustível, porém de uso restrito.

3. Não importa onde você comprou: bares em Pinheiros e até perto do estádio do Corinthians registraram esses casos. A ganância de alguns donos de bar é condenável.

Sintomas podem parecer uma ressaca. Se, em até 12 horas, aparecerem tremores (“batedeira”), visão borrada ou aquela sensação de “ressaca forte”, procure um pronto-socorro. Há tratamento de emergência (álcool etílico farmacêutico, que não vende em farmácia).

Há também o antídoto fomepizol: o governo federal agilizou a compra (não havia no país) e ele deve ficar disponível esta semana, mas somente em hospitais e UPAs.

O governo estadual de São Paulo afirmou, após investigação, que não se trata de ação do PCC, isso foi o que o governador disse. Donos de bares e a população aguardam respostas mais claras da polícia e das autoridades.

E mais uma vez fraudadores destroem a vida alheia, por centavos de lucro. Antigamente, eram os desmanches clandestinos que sumiam com seu carrinho recém-comprado. Agora, com estes fraudadores de bebidas, nos resta, ao menos, quebrar as garrafas e destruir as etiquetas.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente