Metroviários: Greve denuncia privatização
Uma das maracutaias da privatização é
o Estado pagar o lucro prometido caso a
arrecadação com tarifas não atinja a
meta estabelecida durante os 30 anos de concessão.
Os metroviários pararam por 24 horas para alertar a
população sobre os prejuízos ao bem
público com a privatização da Linha 4
– Amarela, em São Paulo.
A categoria tem uma decisão judicial que impede a entrega da
linha a uma empresa particular. Mesmo assim, a
licitação foi feita na semana passada e vencida
por um consórcio de empresas que já exploram os
metrôs de Buenos Aires e Paris além de rodovias
brasileiras.
O Sindicato dos Metroviários afirma que, na Argentina, a
privatização provocou a
demissão de 3,5 mil dos 4,4 mil trabalhadores no
setor. Os demitidos foram trocados por funcionários com
contratos precários, submetidos a jornadas mais
longas e salários menores.
O sindicato denuncia que a entrega da linha promoverá lucro
fácil e sem risco ao consórcio de empresas. Isso
porque 75% do investimento para a construção do
trecho (que ligará a Vila Sônia, na Zona Sul,
até o centro da Capital) será público
e o restante, privado.
Outras maracutaias são a licitação
mandar o governo estadual cobrir perdas das empresas caso elas
não consigam chegar ao lucro previsto nos 30 anos de
concessão, e fazer com que o Metrô abra
mão de todo o rendimento dos empreendimentos associados nas
estações e arredores, como lojas,
estacionamentos, publicidade etc.