Meu avô e a Previdência

João Gabriel observava seu avô. Era um senhor de 74 anos, de grande sabedoria que todo o mês saia de casa para receber seu pagamento. Curioso, o menino o questionou sobre o fato dele sempre ter dinheiro sem trabalhar. O avô explicou que esse dinheiro era um benefício ao qual tinha direito e quem o pagava era a Previdência Social.

Vendo que o neto não entendera nada, ele continuou a conversa contando ao menino a história da Previdência. Disse que as primeiras iniciativas neste campo foram dos trabalhadores
que criaram as caixas de ajuda mútua, um pouquinho de dinheiro que cada um tirava do salário, como reserva caso ocorresse algum problema.

A ideia da Previdência, disse o avô, é como a daqueles trabalhadores, um auxílio que as pessoas passam a receber quando não podem mais trabalhar. Aqui no Brasil, esse sistema já possui mais de 100 anos de história.

O avô continuou explicando que o dinheiro da Previdência vem da contribuição de partes da sociedade.

Uma parte é paga pelos trabalhadores, outra paga pelos empregadores e outra paga pelo governo federal. O garoto fez um gesto de que havia entendido e perguntou se era como uma poupança. O avô sorriu e balançou a cabeça negativamente. Prosseguiu dizendo que a Previdência não é um sistema de acumulação de reservas. Na Previdência há o sentido de solidariedade entre os homens. Os que trabalham pagam pelos que já saíram do mercado de trabalho ou para aqueles que por algum motivo não podem mais trabalhar.

Olhando bem para o garoto o avô disse:
– Por isso, quem rouba dinheiro da Previdência comete um crime horrível, porque traz prejuízos a quem vive de sua renda conquistada com uma vida de trabalho. O papel da Previdência é muito importante. Já pensou se eu não tivesse esse auxílio?
Terminou a conversa orgulhoso da curiosidade do neto.

Subseção Dieese