México cede à pressão dos EUA e não dará incentivos a marcas chinesas

Governo Biden teme que empresas se beneficiem de acordo de livre comércio para driblar impostos

O governo do México decidiu ceder à pressão dos Estados Unidos e não concederá incentivos às montadoras chinesas que decidirem investir no país. A informação foi revelada com exclusividade pela agência de notícias “Reuters”, citando três fontes ligadas ao governo mexicano.

Durante encontro realizado com representantes da BYD (uma das empresas interessadas em fabricar veículos por lá) em janeiro, funcionários do alto escalão do governo afirmaram que não serão concedidos incentivos como os do passado, mesmo para as empresas que investirem no país. O governo também decidiu suspender temporariamente a realização de novas reuniões com montadoras chinesas. Procurado pela reportagem da Reuters, o gabinete do presidente mexicano, Manuel Lopez Obrador, não retornou.

Já a assessoria do ministro da economia do país preferiu não se pronunciar. Porta-vozes da BYD e da embaixada chinesa em solo mexicano também não retornaram os questionamentos.  Recentemente, interlocutor do governo de Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos, garantiu que o governo não permitirá que as fabricantes chinesas invadam o mercado com carros que representem uma ameaça à segurança nacional. Por volta de 20 fabricantes chinesas comercializam veículos no México, mas nenhuma delas possui fábrica no país.

As empresas da China correspondem a um terço do segmento da indústria automotiva local. Fontes ligadas ao governo mexicano atribuem a decisão à pressão exercida pelo governo dos Estados Unidos, especialmente pelo gabinete de comércio exterior, como uma tentativa de manter os chineses longe do acordo de livre comércio estabelecido na América do Norte.

Do Automotive Business