Micro e pequenas empresas do ABCD ganham mais

Pesquisa do Sebrae aponta que pequenas indústrias já se recuperaram dos efeitos da crise de 2008

O faturamento das MPEs (micro e pequenas empresas) do ABCD registraram crescimento de 2,5% entre outubro e novembro do ano passado. Apesar do resultado, na comparação de novembro de 2010 com o mesmo mês de 2009, as empresas da Região registraram queda de 5,5% no faturamento. O levantamento é do Sebrae-SP.

Comparando as diferentes regiões do Estado, as MPEs do Interior de São Paulo tiveram crescimento de 9,8%, enquanto as da Região Metropolitana registraram queda de 0,2% entre outubro e novembro de 2010. O faturamento no Interior também registrou crescimento de 12,1% em novembro sobre igual período do ano anterior, contra queda de 0,4% na Região Metropolitana. Na capital, o faturamento teve expansão de 1,1% na comparação.

Já em todo o Estado, puxadas pelo bom desempenho do setor de serviços, as MPEs apresentaram em novembro expansão de faturamento real (descontada a inflação) de 5,5% sobre igual período de 2009. Trata-se do 14º mês consecutivo com aumento real na receita das MPEs sobre igual mês do ano anterior – o melhor resultado, para um mês de novembro, desde 2004. Por segmentos, houve crescimento de 17,8% nos serviços, alta de 3,5% no comércio e queda de 3,8% na indústria.

A receita total das empresas em novembro, em termos absolutos, atingiu R$ 26,8 bilhões, R$ 1,2 bilhão a mais que o apurado em outubro de 2010 e R$ 1,4 bilhão acima do patamar registrado em novembro de 2009.

O consultor do Sebrae-SP, Pedro João Gonçalves, explica que as MPEs foram beneficiadas pela evolução favorável do mercado interno após a crise financeira de 2008. No caso do setor de serviços, as empresas estão em processo de recuperação da crise. As grandes empresas foram afetadas logo após o início da crise e reduziram sua demanda por serviços, por exemplo, publicidade, vigilância e limpeza, entre outros.

Por outro lado, as pequenas empresas da indústria, que haviam sentido primeiro os impactos da crise econômica, já se recuperaram, e portanto o período base de comparação (novembro/09) não é tão deprimido. Adicionalmente, algumas atividades da indústria podem sentir os efeitos da concorrência com produtos importados, que ficaram relativamente mais baratos, com a valorização do real ante o dólar.

Otimismo – A projeção do Sebrae-SP é que as MPEs devem fechar 2010 com um aumento no faturamento real da ordem de 8% sobre 2009. Os donos dessas empresas também estão otimistas quanto ao desempenho no primeiro semestre de 2011. A maioria dos consultados espera aumento (41%) ou manutenção (27%) da receita nos primeiros seis meses de 2011. Uma fatia de 32%, no entanto, não sabe avaliar como o faturamento da empresa poderá evoluir.

Para o diretor superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, o nível de incerteza observado pelo estudo pode ter sido influenciado pela tendência de alta dos juros básicos e de crescimento mais moderado da economia brasileira em 2011, assim como pelo aumento contínuo da receita, que cresce já há 14 meses, constituindo uma base de comparação relativamente forte. “As MPEs tendem a apresentar um ritmo mais moderado de crescimento em 2011, em comparação com 2010. As atividades ligadas ao mercado interno, cujas vendas são mais dependentes da evolução da renda da população, poderão apresentar uma evolução relativamente mais favorável do que aquelas cujas vendas são mais dependentes de financiamento e de atividades relacionadas ao mercado externo”, analisa.

DO ABCD Maior