Mídia manipula imagem que mulheres fazem de si próprias


Para Raquel, mídia cria imagem da mulher pensando em vender produtos

Pesquisadora da situação feminina no Brasil desde 1974 e uma das coordenadoras do 1º Congresso das Mulheres Metalúrgicas realizado pelo Sindicato em 1978, a psicóloga Raquel Moreno participará uma oficina no 2º Congresso com o tema Mais visibilidade e mais respeito: as mulheres e os meios de comunicação. A oficina acontecerá na tarde da sexta-feira, dia 26.

Como será a oficina?
Vamos montar um grupo de discussão não verbal para que as mulheres vejam como se percebem e sintam o impacto que essa visão provoca nelas. Em seguida faremos um trabalho sobre essa percepção.

Como as mulheres costumam se ver?
O comércio do feminino pelos meios de comunicação faz com que elas se vejam mais estereotipadas e erotizadas do que portadoras de conteúdo.

Porque isso acontece?
Estamos em uma fase do capitalismo onde a sociedade de consumo vive seu auge. Como a mídia brasileira sabe disso, ela pasteuriza a imagem de mulher para construir um modelo de comportamento feminino que atenda seus objetivos de venda. E no Brasil, as mulheres são responsáveis por 80% do consumo.

Existem saídas para essa situação?
Sem dúvida. As mulheres devem se organizar em seminários, congressos, encontros para definir uma linha conjunta de atuação para promover o controle social da mídia.

Conseguimos aprovar na Conferência Nacional de Comunicação uma série de medidas neste sentido. Falta, agora, implementá-las.